Afeganistão: necessidades persistem e situação continua dramática

“O conflito em áreas densamente povoadas continua causando vítimas civis – as pessoas são mortas ou feridas durante o fogo cruzado”, disse o chefe da delegação do CICV no Afeganistão, Gherardo Pontrandolfi. “Os civis comuns são obrigados a deixar as suas casas e buscar segurança em outros lugares. Ao mesmo tempo, está cada vez mais difícil para as organizações de assistência chegar às pessoas que precisam com urgência da nossa ajuda. Esta situação é insustentável”.
 

O CICV continua comprometido a ajudar a população afegã. Junto com o Crescente Vermelho Afegão, leva assistência vital para as vítimas do conflito. A comunidade internacional não deve permitir que o sofrimento da população afegão seja opacado por outros conflitos. A ajuda internacional para o Afeganistão deve ser mantida independentemente das questões políticas e de segurança.
 

“O meu filho foi ferido na explosão de um artefato explosivo improvisado e busquei tratamento para ele no Hospital de Mirwais, em Kandahar. Na estrada, diferentes grupos armados e de segurança paravam o nosso táxi em diversos lugares. Ao chegar ao hospital, a situação do meu filho já era muito crítica e os médicos me disseram que fariam o possível para salvar a sua vida. Perdi as esperanças, mas alhamdullah (graças a Deus) a operação correu bem e ele está vivo”, disse Juma Khan, do distrito de Gezab na província de Uruzgan.
 

“Segundo o Direito Internacional Humanitário (DIH), os feridos e os doentes devem ter acesso aos serviços médicos”, disse Pontrandolfi. “Os profissionais e os estabelecimentos de saúde estão protegidos e devem ser poupados de modo que o atendimento  possa ser prestado a quem o necessita”.
 

O CICV abastece dois hospitais no norte e no sul do país com material médico e proporciona conhecimento médico. Também apoia 44 clínicas do Crescente Vermelho Afegão que oferecem tratamento a pacientes feridos e doentes em todo o país.
 

Milhares de vítimas do conflito cujos membros foram amputados e vítimas de acidentes que agora têm uma deficiência física têm acesso aos serviços de reabilitação física em sete centros de colocação de membros artificiais administrados pelo CICV em todo o país. Com o apoio da organização, muitos pacientes passaram por um treinamento vocacional e receberam pequenos empréstimos que permitiram que se reintegrassem às suas comunidades e tivessem um tipo de renda.
 

O CICV continua dialogando com as partes em conflito. Promove a conscientização e o cumprimento das normas de guerra. Também trabalha com as partes para proteger os civis. Além disso, o CICV visita pessoas detidas em conexão com o conflito e se esforça para que elas mantenham contato com as suas famílias.
 

Em resumo, de janeiro a setembro de 2013, o CICV:
 

• visitou 2.752 detidos dos quais 1.164 deles pela primeira vez e ajudou 22 ex-detidos a voltarem para casa;
• cadastrou quase 6.750 novos pacientes, incluindo 910 amputados, em sete centros de reabilitação física da organização;
• criou oportunidades de trabalho para mais de 5 mil pessoas que participam de projetos de remuneração por serviços prestados;
• distribuiu rações alimentares suficientes para um mês e utensílios domésticos para mais de 7,5 mil famílias deslocadas pelo conflito ou por desastres naturais;
• instruiu mais de 10 mil portadores de armas, membros da sociedade civil e pessoas que receberam ajuda no mandato e no trabalho da organização;
• manteve o seu apoio aos hospitais de Mirwais e Sheberghan, que juntos admitiram 36.550 pacientes internados e mais de 173 mil ambulatoriais; 10.850 operações foram realizadas nos dois hospitais.
  

Mais informações:
Robin Waudo, CICV Cabul, tel: +93 707 740 526
Rafiullah Stanikzai, CICV Cabul, tel: +93 700 603 325 ou +93 788 308 908
Anastasia Isyuk, CICV Genebra, tel: +41 22 730 30 23 ou +41 79 251 93 02