Iraque: CICV responde às necessidades causadas por distúrbios após acontecimentos em Hawija

01-05-2013 Relatório de operações

Depois dos confrontos em Hawija, no dia 23 de abril, a violência se espalhou para outras partes do Iraque. Apesar do caos, da falta de segurança e das dificuldades de acesso, o CICV conseguiu chegar às áreas mais afetadas para avaliar a situação e responder às necessidades.

Um número alto, e ainda não confirmado, de vítimas dos confrontos em Hawija ocorridos no dia 23 de abril aumentou a tensão entre as tribos e o exército iraquiano. A violência espalhou-se para outros territórios disputados no norte do Iraque. Na semana passada, surgiram confrontos em áreas de Qara Tapa, Jalawla, Suleiman Beg e Tuz Khormato, e na cidade de Mosul.

"O que nos preocupa é que, depois de dias de confronto após as manifestações em determinadas áreas, recebemos a informação de um alto número de vítimas", disse o chefe da subdelegação do CICV em Kirkuk, Pierre Reichel. "Para nós, a prioridade é zelar para que os feridos recebam assistência à saúde adequada sem demora".
 

A província de Kirkuk e outras partes de territórios disputados no Iraque, encurralados entre as complexidades tribais, grupos armados opostos ao governo, disputas territoriais e distúrbios regionais mais abrangentes, estão no centro das tensões que ainda marcam o Iraque depois de anos de conflito. "Hoje a situação continua muito volátil e nos preocupa que as tensões venham a aumentar e levar a um número maior de vítimas", disse Reichel.
 

No dia 25 de abril, a equipe do CICV conseguiu chegar à cidade de Hawija para avaliar a situação e levar assistência médica para o estabelecimento local de cuidados médicos. "Em muitas aldeias ao longo da estrada vimos famílias realizando funerais e no hospital alguns feridos ainda estavam recebendo tratamento", disse a delegada do CICV que lidera a missão, Anis Gandeel.
 

Devido à presença do CICV em Kirkuk, Khanaqin e Mosul, foi possível reagir de forma rápida aos últimos acontecimentos. Graças à rede de contatos da subdelegação, a organização pôde avaliar a necessidade de ajuda humanitária e obter garantias de segurança para a equipe do CICV que viajava para as áreas afetadas.
 

Desde 23 de abril, o CICV:
 

  • Trabalhou de perto com as autoridades para monitorar o acesso das vítimas aos serviços médicos e identificar os estabelecimentos onde as necessidades são mais agudas;
  • Entregou material para curativos ao hospital de Hawija, para onde muitos pacientes foram levados, e ao hospital Kifri, onde o fluxo de pessoas feridas aumentou depois dos confrontos no leste do país;
  • Trabalhou de perto com as famílias e as autoridades para buscar pessoas desaparecidas em conexão com os últimos eventos de modo a esclarecer o que aconteceu com elas.

 

O CICV se esforçará para ampliar o acesso a outras áreas de modo a determinar o que é necessário com mais urgência, sobretudo em termos de assistência à saúde aos feridos. O CICV também manterá o seu diálogo com as comunidades e as autoridades em um esforço para esclarecer o que aconteceu com as pessoas desaparecidas ou detidas e informar às suas famílias.
 

A organização está trabalhando em Kirkuk desde 2009, atendendo as necessidades das pessoas mais afetadas pelas consequências da guerra e da violência em curso em territórios disputados. Agora conta com 11 colaboradores internacionais e 63 iraquianos baseados no local. O CICV ajuda a população a melhorar o acesso à água potável e aos estabelecimentos de saúde, e lançou iniciativas de micriocrédito para viúvas e pessoas com deficiência. Além disso, a organização visita detidos.


Mais informações:
Olivier Moeckli, CICV Bagdá, tel: +964 780 913 16 26
Dibeh Fakhr, CICV Genebra, tel: +41 79 447 37 26 ou +41 22 730 37 23