Chade: deslocados estão em situação precária em Tissi
12-06-2013 Relatório de operações N° 01/13
A situação de milhares de deslocados em Tissi, no leste do Chade, permanece preocupante. Na falta de instalações médicas adequadas, o CICV acaba de transladar, por via aérea, 19 feridos graves ao Hospital Regional de Abéché para serem atendidos pela equipe cirúrgica do local.
Dezenas de milhares de pessoas se dirigem à cidade de Tissi, no Chade, desde 5 de abril, devido aos confrontos intercomunitários na região de Um Dukhun, no oeste de Darfur. Os sudaneses e chadianos chegam de Darfur.
Ainda há tensão entre as comunidades locais. "Continuamos monitorando a situação para que possamos agir caso seja necessário", afirmou a chefe da subdelegação do CICV em Abéché, Hélène Plennevaux. O CICV retirou os feridos mais graves da região entre 27 de maio e 7 de junho.
Em abril, quando os primeiros refugiados e retornados chadianos começaram a chegar, o CICV transportou 18 feridos graves ao Hospital Regional de Abéché para que pudessem receber tratamento adequado.
De 6 de maio a 2 de junho, o CICV distribuiu ajuda, com a colaboração da Cruz Vermelha do Chade, a 10 mil dos retornados mais carentes. Cada família de 15 aldeias da região de Tissi recebeu roupas, cobertores, colchonetes, galões, mosquiteiros, sabão, utensílios de cozinha e lonas.
"A situação está difícil para os deslocados. Tentamos atender as necessidades mais urgentes com a prestação de ajuda antes da chegada da temporada de chuva, que torna as estradas intransitáveis, dificultando enormemente o acesso à região", declarou Plennevaux.
"A maioria das pessoas fugiu sem levar nada com elas. Precisam dos artigos que estamos distribuindo para se protegerem do mau tempo. As famílias, constituídas principalmente de mulheres e crianças e, algumas vezes, de idosos ou pessoas com deficiência, precisam de abrigo e suprimentos de emergência", reiterou Plennevaux. Além disso, como a água da chuva estagnada pode provocar condições insalubres e atrair mosquitos, é importante o uso de bidões para guardar água e de mosquiteiros para proteção.
O CICV continua seu diálogo com as autoridades civis e militares sobre os princípios humanitários e a necessidade de se proteger e respeitar os civis e detidos. São realizadas reuniões e palestras sobre o assunto nas unidades de defesa e de seguranças e com os líderes comunitários, entre outras autoridades, em Abéché e N'Djamena.
Mais informações:
Ananie Kulimushi, CICV N'Djamena, tel: +235 66 20 10 05
Jean-Yves Clémenzo, CICV Genebra, tel: +41 79 217 32 17
