Boletim No. 2 – Terremoto no sul da Ásia

As estimativas sobre o número de mortes provocadas pelo terremoto que atingiu a fronteira entre a Índia e o Paquistão, no último sábado, continuam a subir. Ainda será necessário algum tempo até que a real extensão do desastre venha à tona. O número de mortos varia entre 20.000 e 30.000, além dos feridos. A ONU estima que aproximadamente 2,5 milhões de pessoas estejam desabrigadas. A maioria das mortes ocorreu na parte da Caxemira que é administrada pelo Paquistão. O número de mortos do lado indiano da linha de controle chega a quase 900. Os danos provocados às casas são extensos. Informações que chegam de Muzaffarabad dão conta de que 75% das construções colapsaram.

A maioria das vias que levam às áreas mais duramente afetadas no lado da Caxemira administrado pelo Paquistão está bloqueada. Ainda assim, uma equipe do CICV pôde chegar a Muzaffarabad hoje para realizar um levantamento da situação e das necessidades das vítimas. Depois de fazer contato e manter conversações com as autoridades locais e representantes do Crescente Vermelho Paquistanês, o CICV estabeleceu como prioridade a garantia de abrigos e ajuda emergencial para as pessoas que perderam suas casas durante o terremoto. A organização já está despachando assistência médica de emergência, que deverá chegar nos próximos dias.

Como parte da fase inicial de assistência, o CICV enviou itens domésticos essenciais como cobertores, utensílios de cozinha, óleo, fogareiros, roupas de inverno e calçados para mais de 50.000 pessoas.

A organização trabalha em estreita cooperação com a Sociedade do Crescente Vermelho Paquistanês, a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e outras Soci edades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. O CICV também mantém contato regular com o governo do Paquistão, autoridades locais e outras organizações humanitárias.

Na Índia, o CICV trabalha em coordenação com a Sociedade da Cruz Vermelha Indiana, especialmente com suas filiais de Jammu e Caxemira.

Hoje, uma equipe conjunta do CICV e da Cruz Vermelha local chegou a Uri trazendo um primeiro carregamento de material de assistência composto por alimentos, como açúcar, chá, sal, óleo vegetal, legumes e suprimentos médicos. A equipe também será responsável por fazer um levantamento da situação geral na área e das necessidades mais urgentes em Baramulla e Uri. Entre as operações desempenhadas pelo CICV na localidade estará o restabelecimento de laços familiares rompidos pelo desastre. Sabendo da necessidade de uma operação humanitária de grande envergadura no futuro próximo, já está sendo providenciada a estrutura que abrigará a parte logística do trabalho.

Segundo relatos das equipes, a situação é difícil no local e a destruição ao redor de Uri foi massiva. Pelo menos 65 vilarejos da região foram completamente destruídos e outros 30 seriamente comprometidos. Mesmo as casas que permaneceram de pé terão que ser derrubadas devido aos danos estruturais sofridos.

A prioridade maior são as tendas, o único meio da população local estar próximo a suas casas destruídas, na esperança de recuperar alguns de seus bens soterrados pelos escombros.

Não há mais informações precisas disponíveis já que muitos vilarejos ainda estão inalcançáveis e, portanto, não há dados sobre estas áreas remotas. Ainda assim, os dados disponíveis sugerem que pelo menos 500 morreram em Uri e outros 100 ou 120 entre Kupwara, Baramulla e Tangdhar.

Agências governamentais respondem a necessidades básicas de água e alimento, além de terem disponibilizado telefones para a popul ação.

No dia 9 de outubro, o CICV enviou por caminhões 1.000 cobertores e centenas de kits de cozinha para Baramulla e Uri. O material já estava disponível porque havia sido estocado durante as avalanches que atingiram a região no inverno deste ano.

Mais informações:

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: L. Berlemont

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