Sahel: há risco de que a situação humanitária piore

Operaçoes do CICV no Niger e no Mali - abril a outubro de 2012

"Em particular, no caso de posicionamentos militares estratégicos e de renovação das hostilidades no norte do Mali, inevitavelmente haveria consequências para a população e temos que estar preparados para responder", disse Maurer depois de visitar Niamei e Agadez, no Níger, onde o CICV realiza a maior parte do seu trabalho humanitário na região, e Bamako e Mopti, no Mali.

"As pessoas no norte do Mali, as que se mudaram em direção ao sul, e todas as outras que fugiram do conflito para buscar refúgio e assistência nos países vizinhos como o Níger, Mauritânia, Burkina Faso e Argélia, necessitam particularmente de assistência", disse Maurer. "A sua capacidade de enfrentar as lutas diárias já está diminuindo cada dia mais. Elas precisam de alimentos e melhor acesso à água potável e à assistência à saúde".

Em Niamei, o presidente do CICV participou de uma distribuição de alimentos para mais de 4 mil pessoas que chegaram do norte do Mali. "As palavras de um pai que fugiu com os sete filhos foram especialmente emocionantes. Ele me contou que enquanto a situação continuar instável ele não poderá voltar para casa. As famílias que conheci haviam sofrido muito e estão enfraquecidas pelas sucessivas crises alimentares e pelos últimos meses de conflito".
 

Em Mopti, Maurer se reuniu com famílias de pessoas deslocadas, algumas das quais se reencontraram recentemente com familiares e abriram um centro de assistência à saúde da Cruz Vermelha de Mali que acabara de ser reformado.
 

Com  autoridades do Níger e do Mali, o presidente Maurer discutiu os efeitos acumulativos, em termos humanitários, do conflito no norte do Mali e das recorrentes crises alimentares dos últimos anos. Reiterou o compromisso do CICV para com a ajuda às pessoas afetadas, em particular, no norte do Mali, onde a organização está realizando uma vasta operação para levar alimentos e assistência médica.
 

Maurer também visitou o centro de detenção de Kati próximo a Bamako, onde o CICV recentemente construiu uma enfermaria e reformou as cozinhas para melhorar as condições de vida dos detidos. "É particularmente importante neste momento podermos visitar todos os detidos no Mali", disse.
 

"Agora, mais do que nunca, é necessário que as atividades humanitárias são neutras e independentes possam ser realizadas nessa região. O CICV, que sempre aderiu escrupulosamente a esses princípios, está bem-posicionado para desempenhar tal função", disse Maurer. "Devido a que a aceitação do CICV por parte de vários atores no terreno nos permite realizar atividades de grande porte, uma vez mais peço aos doadores que se comprometam a ajudar com mais recursos as pessoas no Sahel e a respaldar o nosso trabalho humanitário nessa região".
 

Durante a sua visita, o presidente Maurer também se reuniu com líderes das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha do Níger e do Mali, ambos parceiros vitais do CICV, para mostrar o apoio às equipes no terreno em um contexto caracterizado por muitos desafios, incluindo aqueles relacionados com a segurança.

Mais informações:
Germain Mwehu, CICV Bamako, tel: +227 97 45 43 82 ou +223 76 99 63 75
Sébastien Carliez, CICV Genebra (atualmente em Bamako), tel: +41 79 536 92 37
Jean-Yves Clémenzo, CICV Genebra, tel: +41 22 730 22 71 ou +41 79 217 32 17
Carla Haddad Mardini, CICV Genebra, tel: +41 22 730 24 05 ou +41 79 217 32 26