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Canadá: especialistas pedem medidas concretas para proteger os estabelecimentos de saúde nos conflitos

27-09-2013 Comunicado de imprensa 13/160

Genebra/Ottawa (CICV) - Pode-se e deve-se fazer muito mais para proteger os hospitais e clínicas nos países afetados por conflitos como a Síria, Somália e República Centro-Africana, onde os combates causaram grande destruição aos estabelecimentos de saúde, colocando incontáveis vidas em perigo.

Esta foi uma das mensagens transmitidas por um grupo de 60 especialistas internacionais de cinco continentes que participaram de uma oficina inédita sobre a proteção das estruturas de saúde, co-patrocinada pelo CICV e a Cruz Vermelha Canadense em Ottawa nesta semana. Havia médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, bem como especialistas humanitários, assessores jurídicos, funcionários governamentais, membros das forças armadas e especialistas de armas e segurança.

"Com frequência, vemos hospitais sendo saqueados ou alvejados deliberadamente nos conflitos em todo o mundo. Homens armados entram nas enfermarias para capturar ou matar combatentes inimigos. Algumas vezes, ameaçam as equipes de saúde e as proíbem de tratar as pessoas do lado adversário", afirmou o delegado sênior do CICV no Canadá, Rob Young. "Os estabelecimentos podem ser atacados por acidente ou afetados indiretamente. Por exemplo, quando as autoridades cortam a água ou a luz de uma cidade, os serviços de saúde são interrompidos (...) Estes foram os tipos de problemas discutidos."

"A oficina produziu algumas recomendações práticas que poderiam ser úteis para muitos funcionários responsáveis pela segurança dos estabelecimentos de saúde no mundo inteiro",  contou o vice-ministro de Saúde do Iêmen, Dr. Ghazi Ismail, que viajou ao Canadá para a oficina.

Uma das principais recomendações do grupo foi que o planejamento de emergência deva incluir medidas para assegurar o funcionamento autônomo de um hospital por vários dias sem comunicação, eletricidade, água ou outros serviços básicos. Isso poderia ser feito simplesmente com geradores e combustível para emergências, fontes de energia solar ou sistemas de coleta da água da chuva nos telhados dos hospitais. Do mesmo modo, os especialistas afirmaram que os fornecedores de serviços devem planejar para casos de emergências e garantir a capacidade para restabelecer e prover água, eletricidade e comunicações, em especial aos estabelecimentos de saúde. Ao simplesmente dar prioridade aos hospitais e clínicas, planejando com antecipação, vidas podem ser salvas.

Todos os anos, a Cruz Vermelha Canadense e outras organizações humanitárias no país, empregam profissionais de saúde no exterior, incluindo alguns contextos violentos. "A saúde em emergências é uma prioridade para nós no Canadá e em todo o mundo", afirmou o secretário-geral e CEO da Cruz Vermelha Canadense, Conrad Sauvé.

É igualmente uma grande preocupação do CICV, que realiza uma grande campanha e um projeto de longo prazo, Assistência à Saúde em Perigo, que visa garantir uma melhor proteção aos profissionais, veículos e estabelecimentos de saúde nos conflitos armados em todo o mundo.

A reunião de Ottawa faz parte de uma série de oficinas organizadas pelo CICV para focar em diferentes problemas que assolam e impedem a prestação da ajuda médica nos países afetados por conflitos.

Será realizada uma oficina de seguimento, em abril de 2014, em Pretória, África do Sul. As recomendaçôes das reuniões de Ottawa e Pretória serão apresentadas em uma grande conferência em 2015, com a participação de todos os Estados Partes das Convenções de Genebra e a totalidade do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

Mais informações:
Anna Nelson, CICV América do Norte, tel.: +1 202-361-1566
Contato para a imprensa da Cruz Vermelha Canadense: tel: +1 613-740-1994
Anastasia Isyuk, CICV Genebra, tel.: +41 22 730 30 23 ou +41 79 251 9302