Primeiros socorros em situações de violência é tema de encontro de representantes da Cruz Vermelha da América Latina

16 novembro 2017
Primeiros socorros em situações de violência é tema de encontro de representantes da Cruz Vermelha da América Latina
Representantes de Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha de 10 países participam do encontro. Foto: R. Diniz/CICV

Diante de um cenário de maior atuação da Cruz Vermelha em contextos de violência em vários países da América Latina, representantes de 10 Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha da região se reuniram no Rio de Janeiro para um curso de primeiros socorros em contextos violentos. A atividade foi organizada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e também teve a participação da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

Esta é a quarta edição do Encontro de Primeiros Socorros em Contextos de Violência e representa um fortalecimento das Sociedades Nacionais latino-americanas no cumprimento de sua missão humanitária. A atividade contou com troca de experiências entre os participantes.

"É importante desenvolver uma atividade regional contínua com nossos parcerios da Cruz Vermelha abordando a metodologia do Acesso Mais Seguro, que visa minimizar os riscos impostos pela violência em áreas vulneráveis", explica do chefe adjunto da delegação regional do CICV para Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, Filipe Carvalho.

Ao longo dos três dias do encontro, entre 7 e 9 de novembro, foram propostos exercícios, atividades em grupo e dinâmicas com encenação de possíveis situações de atuação em situações de emergência. Divididos em grupos, os participantes exercitaram o envolvimento dentro desta cadeia de atenção. "Há uma necessidade de fazer uma articulação de todos, pois nossa prioridade não é a formação de socorristas, é salvar vidas", afirmou o coordenador de Primeiros Socorros da Cruz Vermelha Brasileira, Eliézer Lima.

A Cruz Vermelha Equatoriana, por sua vez, apresentou as guias de bolso com orientações para voluntários e funcionários da Sociedade Nacional no relacionamento com a imprensa. "A criação deste produto partiu da consideração de que todos os colaboradores devem estar capacitados a dar declarações e entrevistas durante o trabalho", explicou o voluntário José Miguel.

Da Síria, onde trabalha treinando voluntários locais em segurança e assistência humanitária, o funcionário internacional do CICV Gonzalo Martínez observou, em participação virtual, a necessidade de oferecer apoio psicossocial em contextos de violência. "É importante prestar atenção à saúde mental para não colocar pessoas abaladas em uma situação maior de estresse", afirmou.

"Quando não temos as condições ideais, um dos desafios dos socorristas é pensar 'fora da caixa'", observou a assessora de Cooperação do CICV, Jamile Chequer, em referência às inovações apresentadas pelos participantes do encontro.
Uma integração das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha nas Américas é um dos objetivos dos organizadores do encontro. Para o futuro próximo, o CICV e a Federação Internacional da Cruz Vermelha pretendem criar uma rede de sociedades nacionais sobre o tema de primeiros socorros.