Sudão: tentativa de manter-se otimista durante quase seis meses de cativeiro
26-03-2010 Entrevista
O chefe de operações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para o Leste da África, Daniel Duvillard, comenta a liberação do funcionário da organização Gauthier Lefevre e o trabalho da organização no Sudão.
Gauthier Lefevre foi liberado. Qual foi sua primeira reação?
Eu estava e continuo imensamente feliz e aliviado pela liberação, e gostaríamos de agradecer a todos que nos apoiaram durante esses momentos difíceis e que ajudaram a conseguir a liberação. Para Gauthier e sua família, os 147 dias de cativeiro foram uma experiência dolorosa. Eles mostraram força extraordinária para lidar com a situação.
O CICV pagou algum resgate? Como Gauthier foi liberado?
Não pagamos nenhum resgate. A política mundial do CICV é de não pagar resgate em dinheiro. Se abríssemos uma exceção nesse caso, estaríamos arriscando a segurança de nosso funcionário, bem como a capacidade da organização de trabalhar em zonas de conflito e outras áreas sensíveis no Sudão, assim como em muitos outros países. Depois do sequestro de Gauthier, em 22 de outubro de 2009, próximo a Al Geneina, capital de Darfur Ocidental, trabalhamos com as autoridades sudanesas para assegurar seu retorno seguro. No dia 18 de março, seus sequestradores finalmente o entregaram a essas autoridades.
O que o futuro reserva para o CICV em Darfur?
Continuamos comprometidos com a população de Darfur. Por outro lado, também temos que levar em consideração a segurança de nossa equipe. Portanto, estamos agora buscando várias maneiras de trabalhar que nos permitem alcançar ambos os objetivos.
Veja também a entrevista com Gauthier Lefèvre e o comunicado de imprensa.