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Tuberculose: prisões devem ser incluídas nos esforços mundiais para combater a tuberculose resistente a medicamentos

20-03-2008 Comunicado de imprensa 08 / 52

Genebra (CICV) - Apesar dos esforços internacionais para combater a tuberculose, esta doença infecciosa está se alastrando.

As prisões devem ser o centro das atenções nos programas nacionais de controle da tuberculose, já que são berços de reprodução da doença, principalmente dos tipos resistentes a medicamentos, de acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

“É alarmante ver como os tipos de tuberculose resistentes a múltiplos medicamentos, inclusive aos mais resistentes, estão se alastrando dentro e fora dos muros das prisões nos países onde trabalhamos”, diz o médico Hernan Reyes do CICV em Genebra. Os países na Ásia Central estão dentre os que possuem as mais altas taxas de infecção no mundo. “No Quirguistão, um em cada três pacientes com tuberculose encontrados nas prisões está infectado com um tipo resistente a múltiplos medicamentos”, enfatiza o médico Maxim Berdnikov, que chefia o programa do CICV que ajuda as autoridades do Quirguistão a combater a tuberculose em prisões.

As prisões são focos de proliferação da tuberculose. O fato de estarem superlotadas, com pouca higiene, ventilação insuficiente, assistência médica inadequada e com má nutrição ajuda na proliferação da bactéria. “Precisamos enfatizar que ser contagiado com tuberculose não faz parte da sentença do prisioneiro! Em alguns países, ser contaminado por um tipo de tuberculose resistente pode ser equivalente à sentença de morte”, diz Reyes. Quando as pessoas entram, saem e voltam a entrar nas instalações de detenção, espalham o bacilo inconscientemente para uma comunidade ainda maior, tornando o controle de tuberculose nos sistemas de detenção ainda mais urgente.

O CICV vem lutando com a tuberculose em prisões do Cáucaso, Ásia Central, América Latina e África por uma década, tanto diretamente ou ajudando nos programas locais. Na Ásia Central, o Quirguistão foi o primeiro país que começou com um programa para combater, nas prisões, o tipo de tuberculose resistente a múltiplos medicamentos. “As autoridades do Quirguistão entenderam a gravidade da situação e os outros países devem seguir este exemplo de como conter esta ameaça”, diz Berdnikov. O CICV também está trabalhando com as autoridades do Azerbaijão em um projeto piloto para combater o tipo de tuberculose resistente a múltiplos medicamentos nas prisões do país. 

“Não podemos desistir da luta contra a tuberculose,” diz Reyes. “É de vital importância que todas as organizações envolvidas nos programas anti-tuberculose trabalhem em conjunto”. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde e o CICV estão revisando suas diretrizes para o controle da tuberculose em prisões, publicadas em 1998. O CICV também contribuiu para um novo curso interativo de auto-estudo na internet, desenvolvido pela Associação Médica Mundial, que oferece aos médicos de todo o mundo uma oportunidade para aprimorar o conhecimento sobre o controle da tuberculose resistente a múltiplos medicamentos.

  Para maiores informações, por favor, entre em contato com:  

  Marçal Izard, CICV Genebra, tel: +41 22 730 2458 ou +41 79 217 32 24  

  Hernán Reyes, CICV Genebra, tel: +41 22 730 2295