O CICV no Haiti

O CICV está presente de modo permanente do Haiti desde 1994, com foco nas visitas aos detidos e no apoio às autoridades para melhorar as condições de detenção. Os delegados da organização visitaram uma prisão haitiana pela primeira vez em 1967. 

Em 2004, o impacto da violência interna nos habitantes empobrecidos de certas áreas de Porto Príncipe foi tanto que a organização ampliou sua presença: abriu uma delegação no país para amparar de modo mais eficaz o trabalho do voluntários da Cruz Vermelha Haitiana na prestação de primeiros socorros e evacuações médicas nas comunidades de Cité Soleil e Martissant. Desde então, mais de 10 mil feridos ou doentes receberam tratamento médico nos centros de emergência da Cruz Vermelha, com o apoio do CICV, nesses dois lugares.

Detenção

As condições de detenção no país estão muito abaixo dos padrões reconhecidos internacionalmente. Durante anos, o CICV colaborou com oferta de serviços de saúde, técnicos e jurídicos nas prisões e com consertos nas redes de água e saneamento. Em situações de emergência, a organização distribuiu alimentos e artigos de higiene. Os detidos vivem em celas lotadas com limitado acesso a água, ar fresco e serviços de saúde. O trabalho da organização faz toda a diferença.

O Comitê fornece assistência médica às prisões de forma regular. Durante a epidemia de cólera, no final de 2010, o CICV era a principal organização que prestava apoio às autoridades prisionais: auxiliou-as a estabelecer protocolos de tratamento e prevenção nos centros de detenção por todo o Haiti e a prestar assistência médica e profilaxia essenciais.

O CICV trabalha junto às autoridades prisionais e tem pleno acesso aos centros de detenção. Apoia de modo ativo um departamento recém criado do Ministério da Justiça, cuja função é tratar das necessidades humanitárias urgentes e das garantias judiciais, além de formular a reforma prisional de médio e longo prazo.

Violência em Cité Soleil e Martissant

A violência em Cité Soleil e Martissant, e em outras áreas pobres de Porto Príncipe, reduziu-se a partir de 2008. Entretanto, os programas humanitários e sociais continuaram a ser ameaçados por atividades relacionadas à violência. O CICV trabalha estreitamente com a Cruz Vermelha Haitiana e seus parceiros do Movimento para assegurar a segurança dos voluntários e funcionários da Cruz Vermelha e o respeito pelo emblema da cruz vermelha.

O terremoto de 2010

Em 2010, o CICV empregou sua capacidade de pronta resposta para auxiliar a Cruz Vermelha Haitiana na ajuda à enorme quantidade de haitianos afetados pelo devastador terremoto que atingiu o país em 12 de janeiro. Seguindo os acordos estabelecidos, transferiu rapidamente a coordenação da resposta do Movimento à Federação Internacional. Um projeto hidráulico em andamento em Cité Soleil foi revisto devido aos danos causados pelo terremoto. Em 2012, o trabalho foi concluído em quatro estações de bombeamento para fornecer água para cerca de 200 mil pessoas.

Reabilitação física

O Fundo Especial para Pessoas com Deficiência do CICV também foi acionado para reconstruir uma clínica de reabilitação física destruída pelo terremoto; esta era administrada pela única organização que oferecia esse tipo de serviços antes do desastre.

A organização promove a adoção e a incorporação do Direito Internacional Humanitário na legislação interna do Haiti e da República Dominicana; também realiza palestras para autoridades, líderes comunitários e portadores de armas. Com estes – policiais, soldados, militares na missão de paz da ONU, membros de grupos armados, entre outros – promove os princípios humanitários básicos e, quando aplicável, a regulação do uso da força. O CICV também apoia as Sociedades Nacionais dos dois países nos seus esforços contínuos para realizar atividades essenciais como primeiros socorros, preparação e resposta a desastres, restabelecimento de laços familiares e comunicação pública.