Artigo

Ética na comunicação pública

Diretrizes para garantir que tratamos as pessoas com dignidade, respeito e cuidado quando produzimos conteúdo para comunicação pública
Samar Ab El-Ouf, a Palestinian freelance photojournalist, at work in the Gaza Strip
Samar Ab El-Ouf, fotojornalista freelancer palestino, trabalhando na Faixa de Gaza. 23 de julho de 2019.
Foto: Alyona Synenko/CICV

CICV: uma fonte confiável

As fotos e os vídeos do CICV mostram a realidade das experiências das pessoas encurraladas pela guerra e pela violência armada, além do trabalho da Organização para limitar o sofrimento delas. As nossas imagens podem mostrar as dificuldades que as pessoas enfrentam, mas também a resiliência e os mecanismos que têm para lidar com essas dificuldades. A nossa comunicação deve ser “verdadeira, precisa e respeitosa”, preservando ao mesmo tempo “a dignidade das comunidades afetadas por conflitos armados e outras situações de violência”.

O nosso conteúdo deve mostrar:

  • a realidade das pessoas encurraladas pela guerra e pela violência;
  • o CICV próximo às pessoas afetadas pela guerra e pela violência e como estamos tentando ajudar;
  • o CICV com os seus parceiros do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

Before Saturday, Fatimé had never set foot outside El Geneina, Sudan. But after her nephew was injured, they fled, walking for days to reach the border with Chad.
Fatimé nunca tinha saído de El Geneina, Sudão. Mas depois que o sobrinho dela ficou ferido, eles fugiram e andaram durante dias para chegar à fronteira com o Chade. “Atiraram no rosto do meu sobrinho e o abandonaram para morrer. Foi assim que ele sobreviveu. Tive que buscá-lo e caminhar dois dias até chegar a Adré. Graças a vocês, ele receberá os cuidados de que precisa”, conta Fatimé. Hospital Adré, Chade, 12 de julho de 2023.

Dignidade e vulnerabilidade

Devido à natureza do trabalho do CICV em áreas de conflitos armados e outras situações de violência, as pessoas e as comunidades com as quais trabalhamos quase sempre enfrentam algum nível de vulnerabilidade. Elas podem estar feridas, fugindo da guerra ou precisando de alimentos e abrigo. 

Esses são aspectos importantes a documentar para destacar a situação delas e a razão pela qual a assistência humanitária é necessária. Contudo, fotografar ou filmar pessoas em situação vulnerável requer uma consideração cuidadosa. Para respeitar a dignidade das pessoas e evitar colocá-las em risco, trabalhamos em estreita colaboração com os nossos colegas da área de Proteção e:

  • Evitamos equiparar vulnerabilidade a desamparo. Para isso, mostramos a resiliência, a coragem e o empoderamento apesar da situação difícil.
  • Evitamos objetificar a pessoa e nos concentramos na humanidade, emoções, preferências e aspirações dela. Mostrar as pessoas como seres inteiros – e não apenas o que as torna vulneráveis – também ajuda os espectadores a se conectarem com a pessoa e com a experiência dela.
  • Evitamos mostrar pessoas em situações humilhantes ou degradantes. Embora a representação da dignidade varie de acordo com a cultura e as circunstâncias, em geral a degradação pode ser evitada ao buscar o consentimento informado.

Na hora de fazer levantamento de conteúdo, pergunte-se:

  • Registrei quem, o quê, onde, quando e o porquê da situação da pessoa que fotografei/filmei e tenho o consentimento dela? Sem o consentimento, não poderemos conseguir usar o conteúdo.
  • Se isso fosse sobre a minha família, amigos ou entes queridos, eu me sentiria confortável com a forma como eles são retratados?
  • Se este/a fosse eu ou um filho/a meu, como eu me sentiria em relação a esta foto ou vídeo?

     

Umar Sanda has been searching for his son Grema for over seven years
Umar Sanda procura o filho Grema há mais de sete anos. Eles fugiram da sua aldeia quando esta foi atacada e se separaram. Sanda não acredita nos relatos de que o seu filho possa estar morto. O CICV trabalha com a Cruz Vermelha Nigeriana para encontrar respostas sobre o desaparecimento de entes queridos e, na melhor das hipóteses, reunir as famílias. Sanda lida com a situação orando, ocupando-se do seu negócio de nozes-de-cola e cercando-se de amigos. Nordeste da Nigéria, 2020. Foto: Prichilla Absi/CICV

Estereótipos

Estereótipos são generalizações simplificadas sobre grupos de pessoas, reduzindo a complexidade dos seres humanos a uma única ideia. Os estereótipos podem ser prejudiciais e perigosos, além de terem consequências na vida real, sobretudo quando transmitem ideias negativas sobre pessoas marginalizadas.

Todos internalizamos estereótipos sem perceber, e estes podem surgir quando fazemos ou selecionamos fotos ou vídeos. No entanto, temos a responsabilidade de não perpetuá-los. Certifique-se de que os colegas locais ou a comunidade participem da criação de conteúdo e pergunte-se o seguinte:

•    Quem está (ou que grupos estão) sendo mostrado(s)?
•    Quais são as relações de poder entre esses grupos? As dinâmicas de poder são exibidas intencionalmente?
•    Alguém é mostrado em um papel estereotipado?
•    A comunidade está ajudando ou apenas recebendo ajuda? Os membros da comunidade estão falando ou simplesmente ouvindo?
•    Além de captar quem, o quê, onde e por quê, essa pessoa é apresentada como um ser humano integral (com esperanças, resiliência e determinação)?

Se as suas fotos ou vídeos se destinam a um público global, saiba que as seguintes imagens estão super-representadas na comunicação humanitária:

•    pobreza em determinados países, sobretudo no continente africano;
•    mulheres e pessoas com deficiência em papéis passivos;
•    crianças mostradas com roupas indignas;
•    ocidentais brancos distribuindo e moradores locais recebendo passivamente (ou aparecendo em segundo plano).
 

Shamsullah is 14 years old. He lost his legs in a landmine explosion in 2015
Shamsullah tem 14 anos. Ele perdeu as pernas na explosão de uma mina terrestre em 2015, e o Hospital de Emergência o encaminhou ao centro de reabilitação física do CICV. Agora pode andar com uma prótese e duas muletas. Shamsullah está estudando muito. De manhã estuda em escola particular e, à tarde, em escola pública. Lashkar Gah (província de Helmand), Afeganistão, 15 de novembro de 2018. Foto: Andrew Quilty

Autenticidade

Trabalhando em zonas de conflito, muitas vezes reunimos conteúdos em situações que são sensacionalizadas pela imprensa. A integridade do nosso conteúdo depende de mantê-lo “verdadeiro, preciso e respeitoso” com a experiência vivida pelas pessoas. O ideal é que as imagens sejam feitas no ambiente natural da pessoa e não encenadas (como a reconstituição de eventos dramáticos ou que mudam a vida). Acima de tudo, produzir conteúdo não deveria nunca causar danos ou um estresse adicional à pessoa.

Uma política abrangente sobre inteligência artificial será apresentada em breve. Enquanto isso, oriente-se pelo fato de que o CICV é uma fonte confiável de informações. Portanto, qualquer conteúdo gerado por inteligência artificial deve ser claramente indicado como tal para não ser confundido com a realidade. O mesmo se aplica ao uso da tela verde: ela nunca deve ser usada de modo a confundir o espectador sobre o que é real ou se alguém está em algum lugar em que não está.

Imagens gráficas

Deve-se usar a discrição ao considerar a publicação de imagens gráficas (como queimaduras ou mutilação), imagens de violência ou informações pessoais de saúde em plataformas digitais. Além de aplicar os critérios de dignidade e vulnerabilidade, considere até que ponto os dados são sensíveis. Isto é especialmente relevante no caso de imagens que divulgam dados de saúde. Por definição, os dados relacionados com a saúde são informações sensíveis e, portanto, requerem cuidados adicionais quando são processados.

Em caso de dúvida, consulte um colega de Proteção do CICV para avaliar se a publicação da imagem ou do vídeo cria algum risco para o indivíduo ou aumenta a vulnerabilidade das pessoas.

migrant who got hurt while trying to catch a moving train.
A Cruz Vermelha Mexicana presta assistência médica a um migrante que se feriu ao tentar pegar um trem em movimento. A Cruz Vermelha entrega folhetos às pessoas migrantes detalhando a localização de pontos de telefone gratuitos, centros de assistência médica e abrigos ao longo da rota migratória. Ciudad Serdán (estado de Puebla), 27 de setembro de 2016. Foto: Brenda Islas/CICV

Consentimento informado

O objetivo do consentimento é construir confiança e mostrar respeito pela pessoa cuja imagem e conteúdo você está capturando. Em todas as situações possíveis, tentamos obter consentimento por escrito antes de fotografar ou filmar. Nos raros casos em que isso não for possível – e desde que a situação não seja degradante – o consentimento pode ser obtido posteriormente. Certifique-se sempre de que a delegação tenha formulários de consentimento disponíveis no idioma necessário para que você possa levar várias cópias ao reunir o conteúdo.

Contudo, observe que, mesmo quando o consentimento válido tiver sido obtido, o CICV é obrigado a considerar todas as consequências previsíveis da identificação de indivíduos. 

Neste contexto, “identificar” significa “fornecer dados pessoais, ou seja, mostrar os seus rostos de forma reconhecível em fotografias ou vídeos, nomeá-los, inclusive em gravações de áudio ou rádio, ou dar outras informações de identificação, como os nomes dos pais, irmãos ou endereço residencial, ou elementos relacionados ao seu conteúdo particular, uma peça de roupa, etc.” 

O processo de obtenção do consentimento é tão essencial quanto o levantamento do conteúdo, e é importante considerar cuidadosamente a qualidade do consentimento obtido e se a pessoa esteve sob coação ao dá-lo. O consentimento de uma pessoa deve ser informado, explícito, evidente e dado livremente. Requer um diálogo significativo e consiste em ouvir e fazer perguntas. 

O consentimento totalmente informado requer uma conversa completa que reflita sobre quaisquer riscos. Apesar de este enfoque ético para obter o consentimento exigir mais tempo, ele também envolve mais os participantes do que um simples enfoque de “sim ou não”.

Os formulários de consentimento ajudarão você a se comunicar claramente com a pessoa (ou com os responsáveis legais ou familiares dela) em termos simples:

  • quem somos e por que estamos nesse lugar;
  • onde as fotos ou os vídeos podem aparecer (mostre exemplos);
  • a ajuda que ela recebe não será afetada pelo consentimento ou não;
  • ela pode retirar o consentimento durante ou após uma entrevista (explique como fazê-lo).

A pessoa também deve ser informada sobre os seus direitos de proteção de dados (informação, acesso, correção e objeção) e deve receber os dados de contato de um funcionário do CICV e da equipe de Proteção de Dados do CICV com quem falar caso tenha alguma dúvida ou se quiser retirar o seu consentimento. 

É importante especificar que, uma vez que uma peça de comunicação é publicada, o controle do CICV sobre ela diminuirá, já que não podemos controlar como terceiros a utilizam. A proteção dos dados pessoais é um aspecto essencial para proteger as vidas e a integridade física e mental das pessoas. Consulte e cumpra os padrões estabelecidos nas Normas do CICV para a Proteção de Dados Pessoais.

Quando quisermos fotografar ou filmar alguém, devemos dar-lhe inúmeras oportunidades para dizer “não” e expressar as suas preocupações. Isso pode ser feito mediante uma lista de verificação no início do termo de consentimento e perguntando, por exemplo:

  • Tem alguém que você não quer que veja essa foto ou vídeo?
  • Você se sentiria mais confortável se não tirássemos uma foto sua/do seu filho/a ou filmássemos você/o seu filho/a?
  • Você ainda se sente confortável em ser filmado/a?

Você deve deixar claro que não haverá impacto nos serviços que o CICV presta para ela ou para comunidade dela, caso ela não dê o consentimento.

Se a pessoa for fotografada ou filmada de uma forma que não revele a sua identidade (sobretudo se ela se enquadrar em uma das categorias vulneráveis listadas na seção seguinte), isso também deve ser informado para tranquilizá-la. 

Por exemplo, mostre-lhe as imagens depois de tirá-las e converse com ela para garantir que se sinta cômoda com a forma como está sendo retratada. Neste exemplo, o trabalho de cirurgia de guerra do CICV é transmitido sem mostrar a identidade do paciente.

Tonight it was very noisy,” said ICRC nurse Susanne Serry. “The explosions are coming closer.
“Houve muito barulho esta noite”, conta a enfermeira do CICV Susanne Serry. “As explosões estão se aproximando. Muitas crianças têm queimaduras, feridas cheias de vermes. É uma tragédia. Um dos meus colegas teve um colapso enquanto trabalhava comigo na sala de operações. Ele recebeu uma ligação informando que dez pessoas da sua família e o seu melhor amigo foram mortos em Rafah. É de partir o coração. Poderíamos trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana e não seria suficiente.” Hospital Europeu, Faixa de Gaza, 8 de novembro de 2023.

O consentimento informado é necessário em quase todos os cenários. As únicas exceções são quando se trata de figuras públicas em locais públicos, indivíduos em público cujos rostos não podem ser vistos claramente ou não aparecem de forma proeminente, e grandes multidões.

Certifique-se de que estes formulários de consentimento sejam traduzidos para os idiomas apropriados e compartilhe-os com os seus colegas de Comunicação e freelancers. Assegure-se de que leram o documento e compreenderam o consentimento informado.

IMPORTANTE: Deixe uma cópia assinada do formulário de consentimento com a pessoa que você filmou/fotografou para referência. Um segundo formulário de consentimento assinado (ou formato de vídeo, se não for possível por escrito) deve ser armazenado junto com o conteúdo no MediaHub para compartilhamento e arquivamento.

Grupos em situação vulnerável e o consentimento

A. Não é necessário consentimento para filmar e fotografar:

  • figuras públicas (funcionários, celebridades) em situações públicas;
  • indivíduos cujos rostos não podem ser vistos claramente ou onde não aparecem com destaque em um ambiente público; 
  • grandes multidões em público

B. É necessário consentimento informado para filmar e fotografar:

  • pessoas em um ambiente público que são identificáveis;
  • pacientes em uma clínica ou hospital

Em determinadas condições, e em consulta com um colega de Proteção ou Detenção do CICV, é permitido filmar/fotografar as seguintes pessoas:

  • pessoas feridas ou doentes (considere a dignidade delas e se podem dar o consentimento informado);
  • portadores de armas (membros de grupos armados/soldados);
  • pessoas migrantes e refugiadas;
  • crianças (considere a dignidade delas e se elas ou os responsáveis estão em posição de dar o consentimento informado);
  • pessoas detidas (excluindo prisioneiros de guerra). Isso requer uma avaliação caso a caso com um colega de Proteção ou Detenção do CICV. Sem consentimento, as identidades das pessoas detidas devem ser protegidas (rosto desfocado, filmagem de um determinado ângulo).

C. Devido à sua vulnerabilidade inerente, as seguintes pessoas nunca devem ser identificáveis no conteúdo:

  • supostos perpetradores de violência sexual, independentemente da idade e do sexo;
  • pessoas que pediram ao CICV para não serem identificadas no seus materiais de comunicação ou que retiraram o seu consentimento;
  • prisioneiros de guerra;
  • determinadas categorias de crianças, incluindo crianças vítimas/sobreviventes de violência sexual e crianças que nasceram fruto da violência sexual;
  • pessoas tomadas como reféns, pois é provável que sofram traumas (considere proteger a identidade delas – rosto desfocado, filmar de um determinado ângulo – e consulte um colega de Proteção ou Detenção).

Nunca fazer fotos e vídeos de:

  • crianças associadas às forças armadas e grupos armados portando armas ou agindo de forma ameaçadora;
  • pessoas segurando material bélico não detonado.

As pessoas mortas 

A representação de restos mortais humanos em fotos ou vídeos deve ser evitada, exceto para fins de documentação de casos forenses e treinamento interno. Para publicações externas, sempre que possível, consulte um colega de Forense. As atividades forenses devem ser comunicadas de forma que não mostrem restos humanos (p. ex.: através de material audiovisual em formações ou eventos de repatriamento).

Four of Marcelino’s family members
Quatro membros da família de Marcelino – a mãe e três irmãos mais novos – foram mortos na década de 1980 durante o conflito armado no Peru. Mais de 30 anos se passaram até que os restos mortais fossem descobertos, identificados e devolvidos à família. Os quatro caixões foram transportados pelas montanhas a cavalo e burro até a aldeia original da família, onde puderam dar-lhes um enterro digno. 4 dezembro de 2016.

Violência sexual e de gênero

Devido à elevada sensibilidade da violência sexual e de gênero, deve ser dada maior atenção e consideração ao retratar e comunicar sobre este tema. As implicações pessoais e legais de tal violência, e o impacto dela na comunidade, fazem com que sensibilização sobre ela e os danos que causa sejam uma questão de grande importância.

No entanto, como qualquer questão complexa, é crucial comunicar sem causar qualquer dano ao capturar a experiência de uma vítima/sobrevivente. A segurança das vítimas/sobreviventes e os melhores interesses delas devem estar acima de todo o resto. Sempre consulte um colega de Proteção do CICV antes de qualquer produção de conteúdo sobre este assunto. 

As perguntas feitas durante uma entrevista devem ser respeitosas e evitar linguagem crítica e comentários culturalmente insensíveis. As vítimas/sobreviventes poderão precisar fazer pausas ou interromper completamente a entrevista. Em alguns casos, podem precisar de apoio de saúde mental de emergência se a entrevista, inconscientemente, conduzir a um aumento da ansiedade, pânico ou angústia.

As crianças vítimas, as crianças que nasceram fruto de violência sexual e os supostos autores de violência sexual ou exploração sexual nunca devem ser identificáveis nos produtos de comunicação do CICV.

Um dos principais princípios da ação do CICV é que não produzimos conteúdo sobre vítimas/sobreviventes sem lhes oferecer formas de encaminhamento, como informações sobre onde podem ir para obter ajuda (incluindo assistência médica, assistência jurídica, proteção e apoio econômico). Tenha sempre à mão a lista atualizada da delegação para onde encaminhar os sobreviventes de violência sexual e compartilhe esta informação antes e depois da entrevista de forma clara e simples. 

Por último, na medida do possível, a cobertura da imprensa do CICV deve incluir informações sobre os serviços disponíveis, linhas diretas ou formas de buscar ajuda (como a página web para sobreviventes de violência sexual). A equipe de Comunicação do CICV deve incluir esta mensagem ao apresentar histórias sobre violência sexual aos meios de comunicação
 

Não se esqueça:

  • Como fotógrafo/a ou cinegrafista, considere como a iluminação, o ângulo, a proximidade, a escolha da lente, o enquadramento e o cenário influenciam a maneira como alguém é retratado.
  • Em situações em que as pessoas demonstram que não querem ser fotografadas ou filmadas (p. ex.: afastam-se da câmara ou levantam a mão para bloquear a sua visão), a vontade delas deve ser respeitada.

Pós-produção

Como fonte confiável, o CICV deve ser “verdadeiro, preciso e respeitoso” na hora de comunicar. Portanto, é essencial documentar e compartilhar quem, o quê, quando, onde e o porquê do conteúdo. Ao transmitir a experiência de alguém, quanto mais informação melhor. Todos esses dados precisam ser cuidadosamente inseridos no MediaHub juntamente com o formulário de consentimento, detalhando se esse conteúdo está aprovado para comunicação pública e arquivamento do CICV.

A forma como o conteúdo é pós-produzido – recortado, roteirizado e editado com outras fotos/vídeos – pode influenciar profundamente a maneira como um indivíduo é retratado e a percepção do público. Como fonte confiável, no seu trabalho de pós-produção, o CICV deve:

  • fazer uma representação precisa e abrangente de alguém ou grupo de pessoas;
  • nunca manipular elementos em uma imagem;
  • aderir a qualquer restrição de edição de filmagens/fotografias;
  • evitar colocar texto no rosto das pessoas;
  • considerar mudar os nomes das crianças para adicionar uma camada adicional de proteção.