O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Luiz Sarrubbo, disse que esse é um projeto que tem dado resultados muito positivos. “Na última ação, pelo menos 35 casos foram identificados, e as famílias encontraram respostas para as pessoas desaparecidas. O DNA traz uma certeza muito consistente. Eu costumo dizer que essa é uma questão de dignidade humana. Ainda que o encerramento do caso seja da pior forma possível, com o falecimento, é um encerramento, elas sabem o que aconteceu”, afirmou. Sarrubbo também enfatizou que a identificação das pessoas desaparecidas deve ser vista para além das cifras e que cada DNA carrega a história dessas pessoas e de suas famílias.
Além das coletas, a campanha também traz um olhar mais humano sobre o tema com o lançamento do caderno digital “Histórias são mais que números”, que reúne relatos reais de familiares que tiveram seus casos resolvidos durante a Campanha Nacional e reforça que cada desaparecimento é uma dor única e concreta. Na segunda etapa da campanha, foi lançada uma cartilha orientadora para profissionais da saúde e assistência social, com instruções sobre como lidar com casos de pessoas internadas ou acolhidas sem identidade.
Durante o evento de lançamento desta edição da Campanha, a representante do Movimento Nacional de Familiares de Pessoas Desaparecidas, Vera Lúcia Ranú, que busca sua filha há 33 anos, destacou o papel inédito do poder público na escuta ativa das famílias. “É a primeira vez que sentimos uma sensibilidade real. O DNA era algo desconhecido para muitos de nós, mas hoje sabemos que pode representar esperança — se não para mim, para outros familiares”, disse. Vera também anunciou que, no próximo dia 30 de agosto, quando se celebra o Dia Internacional das Pessoas Desaparecidas, será lançado oficialmente o Movimento Nacional, com o objetivo de unificar esforços de familiares e instituições em todo o país.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), parceiro da iniciativa desde o início, também esteve presente no evento. O chefe da Delegação Regional do CICV para Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, Nicolas Olivier, parabenizou o governo brasileiro pelos esforços e avanços na pauta dos desaparecidos e reafirmou o compromisso da organização em colaborar tecnicamente com as autoridades, com fins exclusivamente humanitários. “Seguiremos à disposição para apoiar essa luta que é, antes de tudo, por dignidade, por memória e por respostas”, afirmou.
Nesta terceira edição da campanha de coleta de amostras de DNA de familiares de pessoas desaparecidas, o CICV segue apoiando tecnicamente e incentivando e facilitando a participação para que familiares estejam envolvidos ativamente em todo processo.
Confirma mais informações em Mobilização Nacional — Ministério da Justiça e Segurança Pública (www.gov.br)