É impossível que uma evacuação em massa da Cidade de Gaza seja realizada de forma segura e digna nas atuais condições. Tal evacuação desencadearia um movimento populacional enorme que nenhuma área da Faixa de Gaza poderia absorver, dada a destruição generalizada da infraestrutura civil e a extrema escassez de alimentos, água, abrigo e assistência médica.
A ordem seria imposta a civis já traumatizados por meses de combates e aterrorizados com o que poderia acontecer no futuro. Muitos não têm condições de cumprir as ordens de evacuação por estarem famintos, doentes, feridos ou por terem deficiências físicas. Todos os civis são protegidos pelo Direito Internacional Humanitário (DIH), sem importar se decidem ir embora ou ficar, e devem poder retornar para as suas casas.
O DIH exige que, quando forem emitidas ordens de evacuação, Israel faça tudo para garantir que os civis tenham condições satisfatórias de abrigo, higiene, saúde, segurança e nutrição, e que as famílias não sejam separadas. Atualmente, essas condições não estão sendo atendidas em Gaza. Isso faz com que qualquer evacuação não só seja inviável, mas também incompreensível nas atuais circunstâncias.
Cada minuto sem um acordo de cessar-fogo custa vidas. A ajuda humanitária deve poder fluir em uma escala que atenda às necessidades. Hamas deve liberar todas as pessoas ainda mantidas como reféns. Qualquer nova escalada do conflito só levará a mais mortes, destruição e deslocamentos.
Sobre o CICV
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