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Violência no nordeste da Nigéria alastra sofrimento através das fronteiras

Ademais de causar sofrimento à população na Nigéria, a violência no nordeste do país tem um impacto sem precedentes nos países vizinhos.

"O agravamento da situação no nordeste da Nigéria tem graves consequências humanitárias em toda a região", afirmou o chefe da delegação o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Nigéria, Karl Mattli. "A violência afeta a população vulnerável, em particular, mulheres, crianças e idosos. Centenas de milhares de pessoas tiveram de fugir da violência e atualmente vivem em condições difíceis em Maiduguri, Yola e em outras regiões da Nigéria, assim como nos países vizinhos. Atualmente, a organização está aumentando as suas operações de modo a ajudar as pessoas mais necessitadas".

Um número sem precedentes de pessoas fugiu da Nigéria para o Níger, Chade e Camarões. Os nigerianos já haviam fugido para o Níger antes, mas a nova leva de refugiados parece determinada a ficar mais tempo. Muitos tiveram de deixar tudo para trás quando fugiram e não têm como gerar renda para se sustentar. Conseguir alimentos e outros artigos básicos é difícil. Algumas pessoas encontraram abrigo com parentes ou famílias que as acolheram, enquanto que outras se instalaram em campos. A pressão sobre as comunidades acolhedoras e os recursos locais são um fardo adicional nas áreas que já encontravam dificuldades para se recuperar da drástica desaceleração do comércio com a Nigéria e da fraquíssima temporada agropecuária.

Famílias se separaram e crianças e pais perderam o contato. O CICV e as Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho da região estão fazendo o possível para reunir essas famílias. Apenas no Chade, os familiares separados puderam fazer mais de mil telefonemas para restabelecimento de contato.

Aumento da resposta

Com o número de pessoas deslocadas praticamente atingindo a casa do milhão, segundo a Agência Nacional de Gestão de Emergência da Nigéria, a situação de emergência está piorando e o CICV está aumentando a sua resposta humanitária dentro e fora das fronteiras da Nigéria.

"Dada a magnitude do problema, o CICV deve responder às necessidades no nível regional", afirma a chefe do CICV para a região do norte e oeste da África, Yasmine Praz Dessimoz.

O CICV leva ajuda a Maiduguri, Yola, Kano, Gombe e outros lugares. Ao mesmo tempo, a organização trabalha com as Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho para levar ajuda em toda a região. No Níger, Chade e Camarões, as necessidades mais prementes são de alimentos, água, assistência à saúde e restabelecimento de laços familiares.

Assista à entrevista com Beat Mosimann, chefe-adjunto da delegação do CICV em Abuja, sobre a situação no nordeste da Nigéria (escolha função CC para ativar a legenda).