Declaração

Israel e territórios ocupados: presidente do CICV faz apelo de ação coletiva urgente dos Estados para pôr fim ao sofrimento aberrante em Gaza

Declaração da presidente do CICV, Mirjana Spoljaric, sobre a situação humanitária em Gaza.
DRC

Nova York (CICV) — Não existe uma desculpa para o que está acontecendo em Gaza. A escala do sofrimento humano e a perda da dignidade humana há muito ultrapassaram todos os padrões aceitáveis – tanto legais quanto morais.

Cada minuto sem um cessar-fogo coloca vidas civis em risco. É aberrante o nível de sofrimento infligido à população civil devido à condução indiscriminada da guerra e à extrema privação dos bens essenciais para a sobrevivência.

Pessoas são mortas durante as hostilidades e enquanto tentam conseguir comida. Crianças morrem por não terem o suficiente para comer. Famílias são forçadas a fugir diversas vezes em busca de uma segurança que não existe. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) conta com mais de 350 funcionários em Gaza, muitos dos quais também enfrentam dificuldades para conseguir comida e água potável suficientes.

Essa tragédia deve terminar agora – de forma imediata e decisiva. Qualquer hesitação política, qualquer tentativa de justificar os horrores cometidos sob o olhar da comunidade internacional será para sempre julgada como um fracasso coletivo em preservar a humanidade na guerra.

Os Estados devem cumprir a sua obrigação segundo as Convenções de Genebra de respeitar e fazer respeitar o Direito Internacional Humanitário (DIH), inclusive por meio de medidas para que as armas que transferem não contribuam para violações do DIH.

Os Estados devem fazer mais para garantir que as partes em conflito cumpram as suas obrigações segundo o DIH. Isso significa retomar a entrega rápida, desimpedida e imparcial de ajuda humanitária em Gaza. Isso significa libertar todos os reféns restantes de forma imediata e incondicional. Isso significa permitir que o CICV retome as visitas aos detidos palestinos em centros de detenção israelenses.

Vidas devem ser salvas em Gaza – e isso é possível com coragem política para garantir o respeito às normas da guerra e às proteções que elas oferecem a civis.