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Jovens da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho em ação

02-07-2009 Evento

Centenas de jovens voluntários, representando os 50 milhões de jovens voluntários do Movimento da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, viajaram de Solferino, Itália, a Genebra, Suíça, para levar sua mensagem ao mundo. Eles se reuniram para definir sua visão de humanidade e para tratar dos Solferinos de hoje: pobreza, conflitos, violência, migração, doenças, disriminação e mudanças climáticas. Os jovens apresentaram uma declaração dirigida aos líderes mundiais, com propostas de soluções para os desafios humanitários de hoje.

Informações

Onde: Geneva

  Sede em Genebra, 2 de julho de 2009
       
    ©ICRC / T. Gassmann / ch-e-00435      
   
     
           
       
    ©ICRC / T. Gassmann / ch-e-00433      
   
     
               
       
    ©ICRC / T. Gassmann / ch-e-00432      
   
       
                   
    ©ICRC / T. Gassmann / ch-e-00440      
   
     
                       
    ©ICRC / T. Gassmann / ch-e-00444      
   
     
               
    ©ICRC / T. Gassmann / ch-e-00464      
   
     
   
Youth volunteers in Geneva, 2 July 2009
               
    ©ICRC / T. Gassmann / ch-e-00462      
   
     
                   
    ©ICRC / T. Gassmann / ch-e-00455      
   
     
               
     
 
   
                        Declaration -pdf 
                                    
  Os jovens da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho em ação: Fazer mais, fazê-lo melhor, chegar mais longe  

Nós, os jovens do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, unidos no campo da batalha de Solferino, reafirmamos a visão de Henry Dunant aos 31 anos de idade. Sua visão da humanidade mudou o mundo e nos uniu sob o emblema comum da esperança. Cento e cinquenta anos mais tarde, sua ideia brilhante se transformou em um movimento humanitário mundial de 100 milhões de voluntários da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

Nós, os jovens de 150 p aíses, representando os 50 milhões de voluntários jovens do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, nos reunimos para definir nossa visão da humanidade e abordar os Solferinos de nossos dias. A pobreza, os conflitos, a violência, a migração, as doenças, a discriminação e as mudanças climáticas são alguns dos problemas que continuam causando o sofrimento de centenas de milhões de pessoas no mundo todo.

Nossa geração enfrenta mudanças sem precedentes. Da mesma maneira que Henry Dunant mobilizou o povoado de Solferino para aliviar o sofrimento e fez um apelo ao mundo para que fosse concedido acesso humanitário, nós nos mobilizamos e fazemos agora um apelo aos dirigentes mundiais para que:
 
  • reconheçam os jovens como agentes da mudança;

  • estimulem as aptidões e capacidades singulares que só os jovens podem aportar, como a comunicação intercultural e o uso inovador da tecnologia;

  • incorporem os jovens nos processos de adoção de decisões e de planejamento em todos os níveis;

  • promovam um papel mais importante para os jovens na formulação e execução de programas com a finalidade de fortalecer suas comunidades; e

  • aumentem o enfoque na educação acadêmica e não-acadêmica entre multiplicadores como principal método de prevenção.

Falamos com uma só voz e pedimos que a comunidade internacional trabalhe conosco para fazer mais, fazê-lo melhor e chegar mais longe. Em um mundo cheio de desafios, nós, os jovens do Movimento   Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho nos   comprometemos a:  

     

  1. impulsionar uma mudança interna e o desenvolvimento de aptidões para promover a harmonia e uma atitude positiva nas comunidades;

  2. viver em consonância com nossos sete Princípios Fundamentais como agentes da mudança de comportamento em nossas comunidades;

  3. renunciar a violência, promover a não-discriminação e o respeito à diversidade e uma cultura de paz no mundo;

  4. defender a não-discriminação em nossa vida pessoal; e

  5. ser fiel a nossas raízes no âmbito do direito internacional humanitário, nos mobilizando para reduzir o sofrimento em conflitos armados e difundindo ativamente informações sobre as regras dos conflitos armados, inclusive em tempos de paz.

     

  Pedimos a nossas Sociedades Nacionais que:  

     

  1. ofereçam aos jovens a oportunidade de assumir um papel preponderante na mudança positiva de comportamento e atitude em nossas comunidades, utilizando métodos de educação não-acadêmica e com multiplicadores, como a iniciativa “Os jovens como agente da mudança de comportamento”;

  2. incluam grupos de “mais vulneráveis” nos processos de adoção de decisões; e

  3. declarem que a discriminação de qualquer tipo é inaceitável em nosso Movimento, em particular a discriminação por razões de gênero e de orientação sexual.

     

  Pedimos aos governos do mundo e à comunidade internacional que:  

     

  1. promovam o conhecimento e o respeito à diversidade e à não-discriminação;

  2. zelem por que a educação seja a ferramenta para prevenir a violência e os maus-tratos de crianças e jovens;

  3. respeitem o direito internacional humanitário nos conflitos armados e em tempos de paz, e assegurem que todos os casos de violações sejam devidamente investigados;

  4. incorporem o direito internacional humanitário nos planos de estudos da educação acadêmica;

  5. melhorem o controle das armas, reforçando principalmente as pequenas armas de fogo; e

  6. abordem seriamente a questão das crianças que participam dos conflitos armados, incluindo sua reintegração à sociedade depois do conflito.

     

  Nós, os jovens do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho nos comprometemos a:  

     

  1. fazer a parte que nos corresponde para criar sociedades mais fortes utilizando os conhecimentos, os recursos, a energia, a capacidade e as redes inestimáveis dos jovens para impulsionar o Movimento no século XXI;

  2. desenvolver uma base de voluntários jovens mais diversa e atender às necessidades locais das pessoas vulneráveis;

  3. realizar uma autoavaliação sincera e transparente e um exame periódico das políticas e diretrizes em todos os âmbitos, a fim de fortalecer a participação mundial dos jovens no Movimento;

  4. adotar a igualdade de oportunidades dos jovens de ambos sexos nos cargos de direção e dividir as conquistas exemplares;

  5. estabelecer e fortalecer redes regionais para reforçar as estruturas locais e internacionais de jovens; e

  6. intensificar a utilização dos meios de comunicação social e as novas tecnologias para realizar atividades de sensibilização, dividir ideias e comunicar com eficácia.

     

  Pedimos a nossas Sociedades Nacionais que:  

     

  1. capacitem, habilitem, eduquem e promovam os jovens dividindo a responsabilidade, as atribuições e a tomada de decisões em uma verdadeira associação;

  2. façam os jovens participarem dos processos de adoção de decisões nas reuniões estatutárias regionais e internacionais;

  3. trabalhem juntos como Federação para abordar a necessidade urgente de recursos financeiros e humanos a fim de apoiar o desenvolvimento dos jovens nos âmbitos regional e nacional;

  4. proporcionem recursos e oportunidades para desenvolver, conservar e promover os voluntários durante toda sua vida; e

  5. se empenhem em conseguir a igualdade de gênero, em particular nos cargos de direção.

     

  Pedimos aos governos do mundo e à comunidade internacional que:  

     

  1. se comprometam com um maior acesso das mulheres à educação e às oportunidades nos cargos de direção; e

  2. capacitem, habilitem, eduquem e promovam os jovens dividindo a responsabilidade, as atribuições e a tomada de decisões em uma verdadeira associação.

     

  Nós, os jovens do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho nos comprometemos a:  

     

  1. intensificar os esforços de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, em particular o HIV, mediante educação com multiplicadores e, por exemplo, programas de distribuição de preservativos e outros enfoques apropriados;

  2. promover o “direito de saber” sobre os danos relacionados com o abuso de substâncias, aumentando a educação com multiplicadores e a participação comunitária;

  3. agir para eliminar o estigma e a discriminação associados à tuberculose, o HIV e o consumo de drogas;

  4. promover a doação voluntária não-remunerada de sangue para salvar vidas, promover estilos de vida saudáveis e incutir valores humanitários através de programas como o Clube 25; e

  5. enfrentar a segurança no trânsito como um desafio humanitário, estimulando os jovens a agir de maneira responsável.

     

  Pedimos a nossas Sociedades Nacionais que:  

     

  1. abordem o tratamento contra a tuberculose, a prevenção do HIV e combatam o estigma; e

  2. apoiem a doação voluntária não-remunerada de sangue concentrando-se nos doadores jovens.

     

  Pedimos aos governos do mundo e à comunidade internacional que:  

     

  1. abordem o uso indevido de drogas e o consumo excessivo de álcool como um problema humanitário e não como um delito; e

  2. incluam os primeiros socorros e a segurança no trânsito nos planos de estudos da educação nacional e designem os recursos financeiros e logísticos apropriados.

     

  Nós, os jovens do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente nos comprometemos a:  

     

  1. participar da preparação para desastres, da resposta a desastres e da recuperação posterior aos desastres, e aportar soluções inovadoras, como o apoio psicossocial;

  2. cumprir nossos compromissos em matéria de mudanças climáticas e adotar pequenas medidas cada dia, recorrendo à educação de jovens por seus modificadores para as comunidades;

  3. sensibilizar ativamente as pessoas sobre a adaptação às mudanças climáticas, inclusive a proteção dos “migrantes climáticos”;

  4. “alimentos seguros para uma vida segura”: advogar em favor da segurança alimentar;

  5. advogar em favor do acesso à água limpa e apta para o consumo e contribuir para soluções sustentáveis.

     

  Pedimos a nossas Sociedades Nacionais que:  

     

  1. ponham em prática os compromissos existentes sobre as mudanças climáticas.

     

  Pedimos aos governos do mundo e à comunidade internacional que reduzam a vulnerabilidade aos desastres mediante as seguintes ações:  

     

  1. estabelecimento de associações ativas e dinâmicas em todos os âmbitos para abordar a mitigação das mudanças climáticas e a adaptação a esta;

  2. preparação para os efeitos humanitários derivados das mudanças climáticas e resposta a elas, por exemplo, a proteção dos migrantes climáticos; e

  3. reafirmação de seu compromisso de conseguir a segurança do abastecimento de água sustentável para todos.

     
     
   
    Esta é nossa visão.
        Temos o propósito de celebrar os cem anos da Federação em 2019 com a realização bem-sucedida destes objetivos. Estamos preparados para assumir nossas responsabilidades, mas não podemos fazê-lo sozinhos. Precisamos que as Sociedades Nacionais e os governos nos ajudem a enfrentar os Solferinos de nossos dias. Instamos o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, os governos nacionais e a comunidade internacional a fazer mais, fazê-lo melhor e chegar mais longe.    

Participantes da 3ª Reunião Mundial de Jovens da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, “Jovens em Ação”, Solferino, Itália, junho de 2009.