Vice-presidente do CICV visita o Quênia
27-07-2009 Reportagem
A vice-presidente do CICV, Christine Beerli, concluiu no dia 8 de julho uma visita de cinco dias aos projetos da Cruz Vermelha nas regiões de Moyale, Upper Eastern e Norte do Vale do Rift, durante a qual teve a oportunidade de discutir a situação humanitária com as pessoas que recebem o socorro e as autoridades nacionais. Veja reportagem de Anne Mucheke.
No Norte do Vale do Rift, a Vice-presidente visitou famílias que antes estavam deslocadas devido à destruição de suas casas durante a violência pós-eleitoral em 2008 e que agora tiveram suas casas reconstruídas com a assistência financeira da Cruz Vermelha queniana. A reconstrução foi realizada em conjunto com as comun idades de Kikuyu e Kalenjin depois que a Cruz Vermelha queniana as persuadiu a trabalhar juntas no espírito da reconciliação. Esses foram os principais grupos étnicos envolvidos na violência no Norte do Vale do Rift, que presenciou centenas de mortos e feridos e milhares de pessoas deslocadas de suas casas.
'' É animador ver a Cruz Vermelha queniana trabalhar com essas comunidades e encorajá-las a se reconciliarem depois do que aconteceu'' , disse Christine Beerli após sua visita a Eldoret. O CICV trabalhou em parceria com a Cruz Vermelha queniana durante o auge da violência, ajudando a fornecer alimentos, assistência médica e acesso à água potável. Além disso, as organizações trabalharam juntas para reunir famílias que haviam sido separadas.
Na aldeia de Hadesa, em Moyale, a comunidade está engajada em atividades de limpeza e terraceamento do campo como parte da iniciativa " dinheiro por trabalho " apoiada pelo CICV. A maioria dos campos foi abandonada e não foi mais cultivada desde que seus donos fugiram da aldeia em busca de segurança durante os confrontos entre comunidades. Muitos aldeãos voltaram para seus campos e agora se preparam para a época de semeadura.
Próximo ao local, a associação de mulheres da região está construindo valas para conservar o solo. De acordo com a presidente da associação, a iniciativa de conservação do solo " nos ajudará a preservar o bom solo contra os efeitos daninhos da chuva. Além disso, o dinheiro que recebemos por nosso trabalho nos permite comprar comida e roupas para nossas famílias " .
Hadesa está localizada em uma região árida cercada pelo conflito na fronteira, quase sempre por recursos básicos como terra para pastar e água. Os residentes escolhem em que tipo de projetos estão interessados e indicam líderes que trabalharão com a Cruz Vermelha para implementá-los. A Vice-presidente felicita as comunidades por sua dedicação em assumir responsabilidade por este trabalho.
Christine Beerli também visitou a escola primária Latake em Moyale, onde o CICV fez melhorias nas instalações de captação de água. A organização consertou calhas no telhado da escola e instalou dois tanques de cimento que captam água da chuva.
O diretor da escola descreveu os desafios que a escola enfrentava e as melhorias que foram feitas desde que a Cruz Vermelha chegou para ajudar. " Os alunos costumavam levar enormes quantidades de água de suas casas para a escola, pois precisávamos para preparar suas refeições. Como consequência, quase sempre chegavam tarde ou simplesmente não iam à escola " , disse.'' Agora temos sorte porque conseguimos água direto dos tanques e perdemos menos tempo. Também há menos casos de doenças transmitidas pela água, já que as crianças podem manter sua higiene'.'
A Vice-presidente do CICV também visitou os escritórios da Cruz Vermelha queniana, onde ela e o secretário-geral da Cruz Vermelha queniana, Abbas Gullet, discutiram vários desafios e oportunidades que esta Sociedade Nacional tem enfrentado. Christine Beerli assegurou que o CICV continuará apoiando a Cruz Vermelha queniana.