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Cáucaso Sul: prisioneiros mais susceptíveis a epidemia de tuberculose

23-03-2005 Comunicado de imprensa 05/25

Três milhões de pessoas morrem de tuberculose por ano. Os prisioneiros são particularmente expostos a este perigo: muitos vêm de comunidades pobres, que são setores considerados mais vulneráveis, e vivem sob condições prisionais que favorecem a disseminação da doença.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) desenvolve seu programa de controle da tuberculose nas prisões, numa estratégia recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em colaboração com as autoridades nacionais, para reduzir a morbidade e a mortalidade provocadas pela tuberculose, prevenir o desenvolvimento de resistências às drogas; e diminuir para, por fim, estancar a transmissão da doença no sistema prisional.

Na Geórgia, 3.020 prisioneiros infectados receberam tratamento desde que o programa do CICV começou a funcionar, em 1998. Na Armênia, onde o programa existe desde 2002, 270 pacientes foram tratados. Em 10 anos de existência do programa no Azerbaijão, 5.500 pacientes também foram medicados. O sucesso da iniciativa deve-se ao compromisso do pessoal médico envolvido no trabalho diário para melhorar as condições de saúde dos detentos.

Um dos maiores indicadores de sucesso na implementação do programa é a redução drástica da taxa de mortalidade nas prisões do Cáucaso Sul. Na outra ponta, o número de novos casos de infecção também caiu.

Isso não significa, entretanto, que o problema esteja resolvido. As condições de detenção são difíceis: muitas vezes as prisões estão superlotadas e os prisioneiros não recebem luz nem nutrição adequada. Além disso, é difícil que os prisioneiros libertados continuem tendo acesso a tratamento. O CICV está trabalhando para facilitar o contato entre os serviços médicos na área da tuberculose, dentro e fora das prisões.

Outro grande desafio é o alto índice de pacientes tuberculosos resistentes às drogas. Tratamentos inadequados realizados no passado (interrompidos, com dosagem incorreta e demorado s) permitiram a emergência de casos de pacientes resistente às drogas, contexto propício para uma incidência mortal da doença. O CICV está trabalhando com as autoridades responsáveis para desenvolver uma estratégia aplicável aos casos de resistência, de acordo com as recomendações internacionais de saúde. 

O padrão dos cuidados médicos dispensados a prisioneiros deve ser, no mínimo, equivalentes aos determinados para a sociedade como um todo. Por isso o CICV está ajudando as autoridades nacionais a assegurar que todos os prisioneiros doentes tenham acesso à atenção adequada no combate à tuberculose. Além disso, as prisões são estruturas permeáveis, e a implementação intra-muros de programas de controle da tuberculose contribui para o efetivo controle da doença em toda a comunidade.

  Mais informações:  

  Maia Kardava, CICV Tbilisi, tel. ++ 995 32 35 55 10  

  Annick Bouvier, CICV Genebra, tel. ++ 41 22 730 24 58 / ++ 41 79 217 32 24