Cruz Vermelha e Crescente Vermelho fazem um chamado universal à ação para enfrentar os desafios humanitários de hoje
25-11-2009 Comunicado de imprensa 240/09
Nairóbi / Genebra – O Movimento da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho está pronto e determinado a liderar o caminho para enfrentar os mais importantes desafios humanitários de hoje.
Ao concluir o primeiro Conselho de Delegados da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho realizado na África, os líderes da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho de mais de 180 países pediram aos governos e às outras partes interessadas que unam suas forças com o Movimento para ajudar a melhorar as condições de vida dos mais vulneráveis.
Reunidos depois de 150 anos da Batalha de Solferino – que levou à criação da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho – o conselho expressou sua solidariedade para com todos aqueles que lutam para lidar com os'Solferinos de hoje'– estejam eles sofrendo em decorrência de conflitos armados, desastres naturais, pobreza, mudanças climáticas ou a atual crise econômica.
O Conselho de Delegados é um encontro que acontece a cada dois anos e reúne os líderes das 186 Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. O encontro foi realizado entre os dias 23 e 25 de novembro em Nairóbi, Quênia.
O Conselho disse que a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho, como a maior rede humanitária do mundo, continuariam pressionando os responsáveis por tomar as decisões a priorizarem o bem-estar das pessoas mais afetadas pelas crises humanitárias de hoje. Também reforçou o compromisso da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho para com a África, ressaltando que os desafios humanitários nesse continente precisam ser tratados a partir de uma perspectiva global. O Conselho disse que o Movimento trabalharia como um para promover soluções e progressos sustentáveis na África com base em um sentido comum de responsabilidade e com o objetivo de assegurar que as comunidades africanas possam fazer a diferença por e para si mesmas.
O Conselho alertou que a mudança climática se tornou o principal causador de desastres naturais que afetam milhões de pessoas no mundo todo e pediu um investimento maior na redução de riscos, na resistência da comunidade e na preparação para os desastres como estratégias-chaves para a adaptação da mudança climática.
A mudança climática, junto com a guerra, a violência e a pobreza obrigaram dezenas de milhões de pessoas a abandonarem suas casas e se unirem aos grupos de deslocados internos. Uma nova política adotada pelo Conselho de Delegados compromete a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho a tomarem medidas para evitar o deslocamento interno e, onde for possível, proporcionar um apoio duradouro para os deslocados e as comunidades que os acolhem.
O Conselho também expressou a determinação da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho de ajudar e ser a voz de dez milhões de migrantes que buscam uma vida melhor fora de seus países de origem, incluindo aqueles que vivem fora ou às margens da cobertura dos sistemas convencionais de saúde, social e legal.
Sejam elas deslocadas ou residentes, inúmeras pessoas afetadas pela guerra ou outras situações de violência não têm acesso suficiente aos cuidados médicos porque as instalações e os profissionais médicos são atacados ou ameaçados. O Conselho disse que a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho defenderiam os direitos dos feridos e doentes ao acesso aos cuidados médicos e ao trabalho por meio de um maior respeito às instalações e ao pessoal médicos.
Além disso, preocupado com o crescente impacto das epidemias no desenvolvimento socioeconômico de países mais pobres, o Conselho pediu um maior apoio para facilitar o acesso aos serviços médicos e a programas de larga escala que permitem que as comunidades estejam mais bem preparadas e possam lidar com os riscos relacionados com as doenças.
O Conselho também reafirmou o duradouro compromisso da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho de enfrentar o impacto devastador de armas que continuam matando mesmo após o término das hostilidades: minas antipessoal, munições cluster e outros resíduos explosivos de guerra. Pediu um maior respeito às leis internacionais adotadas para evitar e abordar a destruição causada por essas armas e instou os participantes da próxima Cúpula de Cartagena Por Um Mundo Sem Armas a aumentarem significativamente sua assistência às vítimas de minas terrestres antipessoal.
O Conselho pediu aos Estados que reduzam o custo humano da disponibilidade incontrolada de armas, incluindo através da regulamentação de transferências de todas as armas convencionais e suas munições e acolheu com satisfação o fato de que a eliminação das armas nucleares agora retorna à agenda internacional.
Alarmados pelo grande custo humano dos conflitos armados no mundo todo, o Conselho reforçou a convicção da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho de que o Direito Internacional Humanitário oferece a melhor proteção legal disponível para aqueles que sofrem devido à guerra. Afirmou que 60 anos depois da adoção das Convenções de Genebra, de 1949, o que se necessita é um maior respeito pelas leis existentes e um futuro desenvolvimento e esclarecimento para garantir que o Direito Internacional Humanitário se encaixe em qualquer realidade de guerra, que está sempre se modificando.
Cento e cinquenta anos depois do nascimento da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, surgidos da iniciativa e da inspiração de Henry Dunant em meio ao derramamento de sangue de Solferino, o Movimento está convencido de que os Solferinos de hoje requerem uma resposta coletiva da comunidade internacional baseada na renovação de parcerias locais e globais. Dezenas de milhares de jovens, voluntários e equipe da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho estão entrando em ação todos os dias, mostrando que c ada um pode fazer a diferença no nosso mundo.
Nosso mundo. Sua ação.
Mais informações:
Nicole Engelbrecht no CICV: +254 722 512 728
Anna Nelson no CICV: +41 79 217 3264
Andreï Engstrand-Neacsu na FICV: +254 733 632 946
Pierre Kremer na FICV: +41 79 226 48 32