Assustados para o resto da vida: guerra em Mossul tende a um final brutal
No dia 10 de julho, o primeiro-ministro do Iraque Haider Al-Abadi declarou vitória em Mossul, finalizando uma operação militar que começou no início de outubro.
Ao mesmo tempo em que o combate possa ter chegado ao final, as enormes necessidades humanitárias continuam – tanto para as pessoas que estão na cidade, como para as mais de 800 mil que estão deslocadas.
Sobrecarregados com o grande fluxo de pacientes, médicos e enfermeiras de #Mossul trabalham contra o tempo para tratar feridos. #Iraque pic.twitter.com/27ynrPdzjR
— CICV (@cicv_pt) 6 de julho de 2017
Para aqueles que tentarem voltar para casa, os desafios são inúmeros: os bairros estão arrasados pelo intenso combate e milhares de casas, centenas de estradas e pontes, assim como estações de tratamento de água, de eletricidade, hospitais e escolas foram completamente destruídos.
O acesso à água potável também continua sendo motivo de preocupação. Reformamos oito estações de bombeamento no leste de Mossul que abastecem cerca de 600 mil pessoas com água potável. Também há cinco projetos em andamento no oeste de Mossul.
#Mossul já foi conhecida pela sua tolerância. Hoje, é um campo de batalha.https://t.co/R57QhoVcC8
— CICV(@cicv_pt) 4 de julho de 2017
A nossa equipe móvel de cirurgia também trabalha no Hospital Geral de Mossul onde receberam mais de 650 casos desde que começaram a operar. As nossas equipes médicas veem um aumento no número de pessoas feridas por material bélico não detonado e outros resíduos explosivos de guerra.
"Mais de 90 por cento de todos os traumas que vemos são consequência direta de feridas de guerra, causadas por armas de fogo e estilhaços de bombas", explicou da Dra. Julia Schurch, que trabalhava em um hospital localizado a praticamente um quilômetro da antiga linha de frente.
"Aqui temos realmente um número muito elevado de feridos de guerra, desde pequenas lesões superficiais causadas por elementos voadores até ferimentos mortais."
"Muitos dos feridos são jovens", declarou por Twitter o diretor do CICV para o Oriente Médio, Robert Mardini. "Eles levarão essas cicatrizes para o resto da vida."
Apesar de a guerra em Mossul ter chegado ao fim, centenas de milhares de civis continuarão sofrendo as consequências desta guerra. Fornecemos material essencial de assistência, água potável e remédios para mais de um milhão de pessoas desde o início da operação militar em Mossul.