Força e resiliência das mulheres em Gaza
- Nahed Abu Shbak, 43. Mãe de quatro crianças. Foi oficial de terreno para agricultura do CICV durante dois anos e meio.“A minha maior preocupação é a falta de proteção e segurança. Aqui em Gaza não se pode falar em planejamento de cinco anos, por exemplo. Se pergunto a um agricultor sobre os seus planos, ele vai me responder que não pode nem planejar para amanhã!”Samar Abu Elouf's photo/ ICRC
- Siham El Assar, 54, de Nusairat. Mãe de sete filhos e governanta do CICV há dez anos.“As condições em Gaza são muito difíceis. É como viver em uma prisão; nunca sabemos quando a fronteira vai estar aberta ou fechada, há cortes frequentes de gás e eletricidade e desemprego elevado. Sou o principal sustento de três famílias e o meu emprego me permite ajudar os meus filhos. Os meus filhos e o sucesso deles são o meu orgulho.”Samar Abu Elouf's photo/ ICRC
- Shaymaa Almoamar, 27. Oficial de saúde do CICV em Khan Younis.“O meu momento mais feliz foi quando eu me formei no curso que eu adorava. Senti que consegui realizar alguma coisa e que, a partir daquele momento, poderia me sustentar. Tenho orgulho de fazer um trabalho humanitário. Em 10 anos, me vejo casada, com filhos, criando eles para serem fortes”.Samar Abu Elouf's photo/ ICRC
- Faten Abu Serdana, 30. Engenheira informática, operadora de rádio do CICV.“Ser mulher em Gaza significa que há muitas coisas que não posso fazer. Adoro viajar e explorar novos lugares e culturas, mas as pessoas em Gaza não podem se locomover ou viajar por causa das restrições impostas. Uma razão porque estou contente de trabalhar para o CICV é que me possibilita assistir cursos fora de Gaza pela primeira vez. Gostaria de dizer às mulheres no mundo que as mulheres em Gaza são criativas e bem-educadas. Não somos intolerantes. Se quiser nos conhecer melhor, venha nos visitar em Gaza!”Samar Abu Elouf's photo/ ICRC
- Basma Elnajjar, 44. Agricultora e mãe de seis filhos“A terra do meu marido foi destruída em 2008, as perdas chegaram a dezenas de milhares de dólares. Então, ao invés de contratar trabalhadores para ajudar na colheita, a própria família que trabalhou. Economizamos bastante dinheiro, mas foi um grande desafio para nós. Adoro cozinhar, então comecei a usar os produtos, como espinafre e trigo, para fazer tortas salgadas e vendê-las. Foi um êxito e agora recebo pedido para grandes eventos. Tenho orgulho dos vários elogios que recebo pelos meus pratos”.Samar Abu Elouf's photo/ ICRC
- Nadera Abu Oweimer, 35. Mãe de cinco filhos. Diagnosticada com câncer quando tinha 28 anos e estava grávida.“Esperei até que o meu filho nascesse para começar imediatamente com o tratamento. Um ano depois de terminar o tratamento contra o câncer, fui à Jordânia para fazer um exame e, graças a Deus, estava tudo bem. Depois da recuperação, comecei a universidade e me formei em 2013. Tenho orgulho de ter sido determinada para continuar com os meus estudos apesar de muitas pessoas ao meu redor me dizendo que não. Ignorei todas e consegui me formar. Isso mudou a minha personalidade, me deu confiança para tomar as minhas próprias decisões a respeito da minha família e de mim mesma”.Samar Abu Elouf's photo/ ICRC
- Fatma Abu Mosa, 26. Enfermeira do Hospital Europeu de Gaza, Khan Younis.“As mulheres na Palestina são fortes porque enfrentam desafios diários. Sinto que sou especial e diferente. Desde muito cedo, temos que lutar para ir atrás dos nossos sonhos apesar do fechamento das fronteiras [de Gaza] e das guerras que vivemos”.Samar Abu Elouf's photo/ ICRC
- Hanan Lozon, 41. Chefe de Comunicação e Relações Públicas do Crescente Vermelho da Palestina há 16 anos.“O que Gaza vem enfrentando é insuportável; duvido que qualquer outra pessoa em qualquer outro lugar do mundo poderia viver em meio à guerra constante e com o fechamento das fronteiras. Qualquer coisa que você queira fazer ou conseguir, é necessário um esforço adicional e você sofre por isso, enquanto que em outros lugares do mundo, as pessoas conseguem o que querem sem problemas. Mas nem tudo em Gaza é ruim. Ainda temos esperança e potencial para fazer mais. Talvez você se surpreenda em saber que há 300 mulheres ativas no Crescente Vermelho da PalestinaSamar Abu Elouf's photo/ ICRC
- Heba El Hayek, 21. Estudante de inglês. Ela fundou o primeiro clube de debates na Faixa de Gaza.“Ser mulher em Gaza é a coisa mais difícil e a mais bonita. Mais difícil porque me exige que eu prove o meu valor, porque tenho 20 anos e ainda me consideram “jovem”. Mais bonita porque adoro estar num meio que me desafia, Embora possa ser cansativo às vezes.”Samar Abu Elouf's photo/ ICRC
- Nadera Abu Oweimer, 35. Mãe de cinco filhos. Diagnosticada com câncer quando tinha 28 anos e estava grávida.“Esperei até que o meu filho nascesse para começar imediatamente com o tratamento. Um ano depois de terminar o tratamento contra o câncer, fui à Jordânia para fazer um exame e, graças a Deus, estava tudo bem. Depois da recuperação, comecei a universidade e me formei em 2013. Tenho orgulho de ter sido determinada para continuar com os meus estudos apesar de muitas pessoas ao meu redor me dizendo que não. Ignorei todas e consegui me formar. Isso mudou a minha personalidade, me deu confiança para tomar as minhas próprias decisões a respeito da minha família e de mim mesma”.Samar Abu Elouf's photo/ ICRC
- Refqa Abu Nahel, 61. Avó. O marido morreu nove meses depois do casamento. Ela tinha 19 anos. O filho tinha 14 dias.“Me candidatei para o exame da escola secundária na mesma época que o meu filho, 28 anos depois de deixar a escola. Consegui passar mas ele não – teve de tentar no ano seguinte. Quando obtive o meu diploma, consegui um emprego de assistente de diretora de escola. Era um desafio criar um filho sem o pai, mas consegui e tenho orgulho de ter criado um bom rapaz. O momento mais feliz para mim foi quando meu filho foi pai. Como filho único, ele era muito sozinho. Espero que o meu neto tenha um irmão ou irmã.”Samar Abu Elouf's photo/ ICRC
- Salwa Srour Fadel. Dona de jardim de infância e motorista de ônibus escolar.“Comecei a dirigir o ônibus há quatro anos porque recebia queixas das famílias sobre os motoristas que eu contratava. Então, comprei um ônibus e comecei a buscar as crianças eu mesma. Foi um desafio no início porque as pessoas ficavam surpresas. Me olhavam e levantavam as sobrancelhas, mas eu as ignorei e continuei dirigindo. Os homens palestinos às vezes parecem teimosos e que não entendem, mas na verdade são sempre prestativos e solidários. Como eu era a única motorista mulher em Gaza, eles me deixavam passar à frente da fila para abastecer, por respeito, porque sou mulher.”Samar Abu Elouf's photo/ ICRC
Pedimos à fotógrafa palestina Samar Abu Elouf para fazer uma série fotográfica que retratasse as diferentes mulheres que a rodeiam. Queríamos saber o que significa ser uma mulher em Gaza hoje. As fotos da Samar mostram muitas mulheres usando uma guirlanda de ramos de amendoeira. Perguntamos o motivo. "Elas são as primeiras árvores a florescer, significa que o inverno e as privações terminaram", explica Samar. "Representam a coragem".