Iêmen/Síria: Movimento da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho condena morte de outros quatro colaboradores do Crescente Vermelho
Declaração conjunta, CICV, FICV, Sanaa / Damasco / Genebra – Dois irmãos que trabalhavam na filial local do Crescente Vermelho Iemenita foram mortos a tiros hoje na cidade portuária de Aden quando evacuavam pessoas feridas para uma ambulância que as esperava. Tanto o gerente de gestão de desastres Khaled Ahmed Bahuzaim como o voluntário de socorro Mohammed Ahmed Bahuzaim portavam o emblema do crescente vermelho, o que deveria lhes garantir proteção. A morte desses dois homens acontece após o assassinato de outro voluntário do Crescente Vermelho Iemenita na província de Al-Dhale três dias atrás.
Também mais cedo no dia de hoje, dois voluntários do Crescente Vermelho Árabe Sírio, Ibrahim Eid, da filial de Idlib, e Mohamad Ahmad Kamouaa, da subfilial de Maaret al-Nouman, foram mortos enquanto realizavam as suas tarefas. Eles recolhiam corpos próximos à filial de Idlib do Crescente Vermelho Árabe Sírio e preparavam abrigos para as pessoas que fugiam do conflito na cidade.
"No Iêmen, vemos voluntários do Crescente Vermelho serem deliberadamente assassinados enquanto tentam salvar outras pessoas. Esta é a terceira morte absurda em apenas uma semana. É uma tendência preocupante e uma perda trágica", lamenta Robert Mardini, chefe de operações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para o Oriente Médio. "Enquanto isso, na Síria, à medida que a situação humanitária piora, as mortes de Ibrahim e Mohamad refletem as dificuldades e os perigos que os voluntários do Crescente Vermelho Árabe Sírio e outros profissionais de humanitários enfrentam todos os dias".
O número de vítimas dos ferozes confrontos terrestres no Iêmen foi mais alto em Aden, onde os hospitais locais enfrentam dificuldades para lidar com o fluxo de feridos. O material médico fornecido pelo CICV a esses hospitais anteriormente está chegando ao fim e os brutais combates fazem com que seja praticamente impossível que os profissionais humanitários transitem pela cidade.
"Os profissionais humanitários não podem ser atacados em nenhuma circunstância. Os voluntários do Crescente Vermelho Árabe Sírio estão trabalhando incessantemente para atender as crescentes necessidades humanitárias em condições extremas. Eles não podem ser alvejados enquanto cumprem com as suas tarefas. Fazemos um apelo para o fim imediato desses ataques", declarou Elias Ghanem, diretor da região do Oriente Médio e Norte da África para a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. "Na Síria, 42 voluntários do Crescente Vermelho Árabe Sírio e oito do Crescente Vermelho Palestino já perderam a vida desde o início do conflito, todos mortos enquanto realizavam as suas tarefas humanitárias. Isso é ultrajante e inaceitável".
O Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho novamente faz um apelo a todas as partes envolvidas no conflito na Síria que respeitem o seu trabalho humanitário e garantam a segurança dos profissionais humanitários e o seu acesso imediato e desimpedido às pessoas necessitadas em todo o país. Sem esse respeito pelos profissionais humanitários, ambulâncias e estabelecimentos de saúde, será impossível continuar salvando vidas e levar a tão necessária assistência a milhões de sírios.
Todas as partes em conflito têm a obrigação, segundo o Direito Internacional Humanitário (DIH), de respeitar a neutralidade médica e garantir a passagem segura aos profissionais, equipamentos e veículos. É estritamente proibido atacar funcionários e voluntários do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, e todos os profissionais humanitários cujo único propósito é levar ajuda em situações de emergência.
Veja também: Síria / Iêmen / Mali: Movimento da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho chocado com ataques mortais contra profissionais humanitários, 31 de março de 2015
Mais informações:
Marie Claire Feghali, CICV Sanaa, tel: +967 71 194 4343, telefone via satélite: +8821621116248
Sitara Jabeen, CICV Genebra, tel: +41 22 730 24 78 ou +41 79 536 92 31
Benoit Matsha-Carpentier, FICV Genebra, tel: +41 22 730 46 96 ou +41 79 213 24 1