Levar serviços de saúde a comunidade rurais no Sudão do Sul

Fatosa e números de janeiro a junho de 2018

01 agosto 2018
Levar serviços de saúde a comunidade rurais no Sudão do Sul
Mackenzie Knowles-Coursin/MKCimage Fotos para o CICV

"Do total de mortes ocorridas no Sudão do Sul, 70% são causadas por doenças que podem ser curadas, como malária, infecções no trato respiratório e diarreia", afirma o coordenador-adjunto de saúde do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) no Sudão do Sul, Divin Barutwanayo. O país também tem uma das maiores taxas de mortalidade materno-infantil do mundo.

As décadas de conflito armado que terminaram com a criação da nação mais jovem do mundo em 2011 e o conflito deflagrado dois anos após a independência, afetaram de maneira significativa o desenvolvimento do país. Isso inclui os serviços nacionais de saúde que hoje em dia são fortemente apoiados por doadores e organizações internacionais.

"As organizações que apoiam os serviços de saúde enfrentam dificuldades em termos de acesso, segurança e desafios logísticos, para mencionar alguns problemas, agravados pelo conflito armado", explica Barutwanayo. Em 2016, cem organizações trabalhavam no setor de saúde no país; até meados de 2018, esse número não supera 40.

Hoje, o CICV trabalha com a assistência primária à saúde mediante o apoio a 13 clínicas no Sudão do Sul, depois de ter sido obrigado a fechar três clínicas em junho como consequência dos enfrentamentos armados, deixando a população dos arredores sem serviços médicos. Com o programa de assistência primária à saúde, o CICV busca chegar às pessoas que poderiam morrer por causa de doenças comuns e que têm tratamento. O CICV fornece remédios e equipamentos, além de renovar os estabelecimentos de saúde quando necessário.

O treinamento dos profissionais de saúde também é fundamental para o enfoque do CICV. Isso inclui um programa de treinamento com duração de nove meses para os profissionais de saúde comunitários, proporcionando-lhes o conhecimento necessário para administrar um pequeno estabelecimento de saúde sob a supervisão do condado. Esse treinamento garante que os profissionais sejam capazes de fazer o diagnóstico e o tratamento de doenças básicas. As clínicas de assistência primária à saúde que recebem esses apoio são um catalizador para o apoio à saúde da comunidade com o objetivo de aumentar a resiliência das comunidades locais para a saúde e influenciar o comportamento saudável. Ao mesmo tempo, o CICV também treina parteiras em um esforço para reduzir a mortalidade materno-infantil e lhes dá kits de parto.

Encaminhar os pacientes de uma clínica de assistência primária à saúde para um hospital do condado é um desafio, já que o acesso aos serviços hospitalares secundários é um grande problema. Estima-se que apenas 20 por cento da população pode chegar a um hospital dentro das 24 horas. Em caso de emergências, como um parto obstruído, é necessário realizar uma cesárea dentro de três horas para evitar danos irreversíveis ao bebê a à mãe. O problema de acesso se agrava com as más condições das estradas, que tornam o trajeto longo e árduo.

No Sudão do Sul, o CICV também apoia quatro hospitais na prestação de cirurgias de emergência a pessoas feridas por armas, oferece serviços de saúde mental e apoio psicossocial, além de complementos nutricionais para seis estabelecimentos de detenção. O CICV também evacua as pessoas feridas durante a violência armada por via área de lugares remotos aos hospitais que apoia. Ademais, três centros de reabilitação física em Juba, Rumbek e Wau oferecem tratamento e membros artificiais (superiores e inferiores) a pessoas com deficiência. Desde janeiro de 2018, o CICV realizou 316 evacuações médicas aéreas. O treinamento em primeiros socorros e atendimento pré-hospitalar também são oferecidos em colaboração com a Cruz Vermelha do Sudão do Sul.

No Sudão do Sul, as clínicas quase sempre são obrigadas a fechar devido aos combates, enquanto que outras foram completamente destruídas ou saqueadas. "Os estabelecimentos e os profissionais de saúde devem ser respeitados. Os ataques contra eles e a destruição ou o saqueio das estruturas de saúde deixam milhares de pessoas sem o acesso vital aos serviços médicos. Começar tudo de novo cada vez que um hospital fica inoperante exige recursos que podem ser usados para construir mais hospitais", conclui Barutwanayo.

Destaques do nosso trabalho no Sudão do Sul entre janeiro e junho de 2018

Distribuição mensal de cestas alimentares para 223 mil pessoas
Melhoras no acesso à água potável segura para 273 mil pessoas
Evacuação de 316 pessoas feridas nos confrontos armados
Consultas pré-natais para 6,1 mil mulheres e partos seguros para outras 1,2 mil 
Melhoras nas condições de vida 2,100 pessoas detidas em seis presídios centrais
Um total de 29,2 mil telefonemas entre familiares separados pelo conflito