"A execução de ações de busca imediata é essencial para encontrar uma pessoa com vida. As primeiras horas são as mais importantes", enfatizou a responsável pelo programa de pessoas desaparecidas e os seus familiares no México do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Marlene Herbig. "Quando alguém desaparece, os seus familiares têm o direito de saber o que aconteceu. Conhecer o destino das pessoas desaparecidas é primordialmente um ato humanitário", destacou.
Herbig explicou que em um processo de busca imediata devem ser realizadas atividades de rastreio remoto, como a consulta e a solicitação urgente de informações que permitam reconstruir o caminho percorrido pela pessoa buscada. Além disso, é necessário empregar uma operação que implica o deslocamento físico das autoridades a lugares que podem oferecer pistas sobre o paradeiro da pessoa.
A dívida com as famílias das pessoas desaparecidas é persistente e atual. Somente durante o primeiro trimestre de 2022, foram registradas 3.349 denúncias de pessoas desaparecidas ou não localizadas, das quais 2.039 continuam desaparecidas, segundo o Registro Nacional de Pessoas Desaparecidas e Não Localizadas (RNPDNO).
"Conhecer a sorte e o paradeiro das pessoas desaparecidas é um desafio diário para o qual se requer uma cooperação interinstitucional efetiva entre todas autoridades que conformam o Sistema Nacional de Busca e as estaduais e municipais", complementou Herbig.
O CICV ressaltou a importância de continuar com os processos de implementação da lei geral em matéria de desaparecimento nos diferentes níveis de governo, junto com as autoridades locais e com a participação ativa dos familiares de pessoas desaparecidas.
É preciso também fortalecer a implementação de ações diferenciadas durante os processos de busca imediata em casos de desaparecimento de mulheres, crianças e adolescentes, e migrantes. Isso permitiria implementar estratégias de busca que respondam às necessidades específicas de cada população.
Por outro lado, o CICV frisou que aumentar o número de identificações forenses e, por conseguinte, diminuir a quantidade a quantidade de dezenas de milhares de pessoas não identificadas em valas comuns em cemitérios públicos, os Serviços Médicos Forenses, entre outas instituições, contribuem para o direito à verdade das famílias que buscam um ente querido desaparecido.
No México, o CICV acompanha e assessora famílias de pessoas desaparecidas e as autoridades, incluindo assessoramento técnico para o desenvolvimento de mecanismos de busca imediata e a implementação dos protocolos homologados de busca e identificação.
Estas ações abrangem a produção de materiais em vídeo com foco nas famílias para que elas possam contar com informações claras sobre o que fazer no caso do desaparecimento de um familiar, assim como os seus direitos. O CICV contribui para fortalecer alguns serviços sociais, de saúde e de justiça, incluindo instituições públicas e organizações da sociedade civil, para que os familiares recebam uma melhor atenção.
Mais informações:
Ana Olivia Langner, CICV México, Tel.: +52 553 717 6427