Moldando o futuro do maior movimento humanitário do mundo

11 novembro 2017
Moldando o futuro do maior movimento humanitário do mundo

Uma importante conferência adotou uma série de medidas que moldarão os esforços do maior movimento humanitário do mundo para responder às necessidades das pessoas afetadas pelas crises. As reuniões globais do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho enfocaram nas emergências e desafios prementes, ao mesmo tempo que exploraram as tendências emergentes que terão um impacto profundo no futuro da ação humanitária.

As reuniões foram realizadas na Turquia - um país cercado por algumas das crises humanitárias mais urgentes do mundo, incluindo o conflito na Síria e a emergência atual que enfrentam as pessoas que tentam cruzar o Mediterrâneo.

O Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho fez um apelo aos Estados para garantir a segurança e a dignidade de todos os migrantes, bem como o acesso irrestrito deles à assistência humanitária.

"Fazemos um apelo a todos os Estados para assegurar que todas as pessoas - independente da nacionalidade ou status jurídico - sejam tratadas com dignidade e respeito", declarou Francesco Rocca, que foi eleito presidente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) durantes os encontros na Turquia. "Como Cruz Vermelha e Crescente Vermelho, devemos estar prontos para defender todos os migrantes, todas as pessoas vulneráveis. Devemos estar preparados - e estamos - para trabalhar junto à comunidade internacional em prol do respeito e dignidade de todas as pessoas."

Embora, tenha sido dada ênfase aos novos enfoques para responder às necessidades que mudam radicalmente, o Movimento também reafirmou a importância peremptória da ação humanitária baseadas em princípios.

"Em um mundo onde a crença nas instituições está se esfumaçando rapidamente, uma grande confiança é colocada nos símbolos da cruz vermelha e do crescente vermelho, e na ação humanitária neutra, imparcial e independente que dá vida a eles", afirmou Peter Maurer, presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). "Mas em muitos lugares ao redor do mundo, o espaço para a ação imparcial está ameaçado. A dignidade humana é desrespeitada, a aplicação das normas são questionadas e a ajuda humanitária é politizada."

Um dos exemplos mais pronunciados de desrespeito pelas normas humanitárias é o aumento no número de ataques contra os trabalhadores humanitários e voluntários. Desde o início de 2017, mais de 45 colaboradores da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho foram mortos no cumprimento do seu dever.

Outras resoluções foram adotadas com respeito à educação, com o compromisso do Movimento em ampliar o seu trabalho nessa área em situações de conflitos e desastres. Com relação às armas nucleares, adotou-se uma resolução que convoca os Estados a assinar e implementar o Tratado sobre a Proibição das Armas Nucleares, recentemente adotado.

O Movimento também se comprometeu a aumentar a sua resposta às consequências na saúde mental causadas por crises humanitárias e a fortalecer e codificar o seu trabalho durante pandemias e epidemias. Também foi alcançado um compromisso para reforçar a igualdade de gênero e oportunidades na liderança e atuação do Movimento.

Os resultados da Assembleia Geral e do Conselho de Delegados serão levados à 33.a Conferência Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho em 2019, que reunirá os Estados e componentes do Movimento.

Mais informações:
Elodie Schindler, CICV, +41 79 536 9248, eschindler@icrc.org
Matthew Cochrane, FICV Genebra, +41 79 251 8039 39, matthew.cochrane@ifrc.org