O Prêmio CICV de Cobertura Humanitária, iniciativa do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) por uma cobertura jornalística que coloca as pessoas no centro da notícia, chega à sua quinta edição neste ano e busca reconhecer o trabalho de jornalistas e veículos de comunicação brasileiros que tenham se dedicado à cobertura de temas humanitários. O objetivo desta iniciativa é incentivar a produção de mais conteúdo jornalístico de qualidade sobre esses assuntos voltados ao público brasileiro.
Além da tradicional categoria "CICV Humanitária Internacional", presente desde o primeiro ano do Prêmio, nesta edição a iniciativa contará novamente com a categoria ACNUR sobre refúgio e apatridia, em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). Como novidade, a quinta edição lança a categoria "CICV Humanitária Nacional", que premiará coberturas sobre temas humanitários que impactam a população brasileira, sobretudo em contexto de violência armada – leia o regulamento para mais detalhes sobre os temas aptos a concorrer ao Prêmio.
O Prêmio CICV compreende por cobertura humanitária reportagens, documentários e outros formatos jornalísticos que colocam em primeiro plano o impacto de conflitos armados, violência e outras emergências sobre a vida de pessoas ou populações inteiras afetadas por esses fenômenos (ficando de fora focos políticos, geopolíticos, bélicos ou centrados em instituições, por exemplo).
O primeiro colocado da categoria CICV Humanitária Internacional receberá uma viagem com despesas pagas para um país onde o CICV tenha atividades operacionais enquanto o trabalho vencedor da categoria CICV Humanitária Nacional receberá um prêmio em dinheiro no valor de R$ 9 mil. Na categoria ACNUR de Refúgio e Apatridia, o trabalho que ficar com a primeira colocação ganhará uma viagem com despesas pagas para um contexto operacional da Agência da ONU para os Refugiados no Brasil e o segundo e terceiro colocados receberão prêmios nos valores de R$ 5 mil e R$ 4 mil, respectivamente.
O período de inscrição será entre 3 de fevereiro e 29 de maio de 2022. Os vencedores são anunciados em maio e a cerimônia de entrega do Prêmio, com roda de conversa com os primeiros colocados de cada categoria, ocorrerá em junho.
A banca de jurados analisará de maneira isenta o material inscrito seguindo os seguintes parâmetros: qualidade técnica; pertinência da temática ou assunto; e abordagem qualificada.
Conheça as três categorias da quinta edição do Prêmio CICV de Cobertura Humanitária:
- Categoria CICV Humanitária Internacional: devem ser tratados temas humanitários em conflitos armados, porém as reportagens inscritas podem fazer referência à aplicação das normas do Direito Internacional Humanitário (DIH), ou seja, as normas aplicáveis na guerra. O conteúdo inscrito também pode se referir ao impacto humano dos conflitos armados ou da violência armada em cenário internacional, em particular a assistência humanitária (entrega de alimentos, de medicamentos, atenção à saúde, fornecimento de água potável), e também temas como migração, refúgio, desaparecimentos em situação de conflitos armados, ataques a missões médicas e violência sexual em situação de conflitos armados.
- Categoria CICV de temas humanitários nacionais: devem ser tratados temas no Brasil com impacto na vida das pessoas de situações relacionadas à violência armada em meio urbano (desaparecimento de pessoas, deslocamentos forçados, homicídios, pessoas feridas, afetação a serviços essenciais, como saúde, educação e assistência social, e outros efeitos invisíveis da violência armada, como impacto na saúde mental), a questões sanitárias (como o impacto humanitário da pandemia de Covid-19 e/ou outras doenças, sobre uma determinada população) e temas migratórios não relacionados a refúgio e apatridia (coberto na categoria abaixo) como o impacto da migração tanto sobre a população que se desloca, como perda de contato familiar, desaparecimento de pessoas, acesso aos serviços essenciais, tráfico de pessoas, xenofobia e outras formas de hostilidade, bem como impactos migratórios sobre populações que acolhem pessoas migrantes). Temas como violência doméstica, violência no campo e outros tipos de violência não descritos anteriormente não são aptos a concorrerem por esta categoria.
- Categoria ACNUR de refúgio e apatridia: devem ser tratados temas relacionados ao deslocamento forçado de pessoas, motivado por guerras, conflitos e perseguições (por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas), como também devido a efeitos das mudanças climáticas. Na questão da apatridia, devem ser abordados a situação das pessoas que não são reconhecidas como cidadãs de qualquer país e, portanto, não têm uma cidadania. Em ambos os temas, encoraja-se que as abordagens sejam inovadoras e humanas, não se restringindo à problemática, mas incluindo também soluções e exemplos de integração de pessoas refugiadas e apátridas nos países onde se encontram.
Critérios de participação
• Profissionais de imprensa que atuam em meios de comunicação brasileiros ou em veículos estrangeiros que tenham produção específica para o público brasileiro;
• Produções jornalísticas que destaquem temas humanitários, com foco centrado nas pessoas;
• Produções para meios impressos, televisão, rádio ou multimídia;
• O material inscrito deve ter sido veiculado entre 1º de setembro de 2020 e 29 de maio de 2022.
Conheça o júri do Prêmio
Categoria CICV Humanitária Internacional
Cilene Victor
Professora na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), na Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e na FGV LAW. Possui especialização em Comunicação Aplicada à Saúde e, como pesquisadora, tem investigado a dimensão social das migrações. Também é representante na América Latina do International Center for Developing Peace Culture and Rationality.
Eduardo Davis
Jornalista com 37 anos de experiência, sendo 30 dedicados à Agência EFE, onde é correspondente para os meios de comunicação públicos espanhóis desde 2005. Atua como enviado especial em países da América Latina, Europa e Índia. Além disso, cobriu diversas reuniões de cúpula da comunidade Ibero-Americana, das Américas, União Europeia, Mercosul, BRICS, Andes e Caraíbas.
Paulo Braga
Paulo Braga é coordenador de relacionamento com a imprensa de Médicos Sem Fronteiras no Brasil. Trabalhou na Folha de S. Paulo e participou da equipe fundadora do jornal Valor Econômico. Chefiou a assessoria de imprensa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Sandra Lefcovich
É coordenadora de Comunicação da Delegação Regional do CICV desde 2009. Foi repórter do Correio Braziliense, com foco na cobertura da América Latina e da política externa brasileira e coordenou a assessoria de Comunicação da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Também é jurada na categoria CICV Humanitária Nacional.
Categoria CICV Humanitária Nacional
Anabela Paiva
Formada em Jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Anabela Paiva trabalhou como repórter e editora em veículos como Jornal do Brasil, IstoÉ, Época e no.com. É autora dos livros A dona das Chaves, com Julita Lemgruber (Record, 2010) e Mídia e Violência: novas tendências na cobertura de criminalidade e segurança no Brasil, com Silvia Ramos (IUPERJ, 2007). Como pesquisadora associada do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), realizou pesquisas sobre Mídia, Violência e Segurança Pública.
Daniela Pinheiro
Foi bolsista John S. Knight na Universidade de Stanford e do Reuters Institute for the Study of Journalism, em Oxford. Atualmente é colunista do UOL, e já passou pelos jornais Folha de S. Paulo e Jornal do Brasil, premiada quatro vezes com o Troféu Mulher Imprensa e duas vezes com o Prêmio Comunique-se como melhor repórter de mídia impressa do país.
Ricardo Moura
Jornalista, cientista social e doutor em sociologia. Atuou como repórter na editoria de cidades dos jornais O Estado (CE) e O Povo (CE). Criou o blog Escrivaninha, especializado em segurança pública, e, também, atua como pesquisador desenvolvendo estudos e análises sobre dinâmicas de homicídio, crime organizado e inteligência policial.
Sandra Lefcovich
Também jurada na categoria CICV Humanitária Internacional.
Categoria Acnur de Refúgio e Apatridia
Claudine Shindany Kumbi
Jornalista congolesa, ativista dos Direitos Humanos, palestrante e fundadora do projeto "Brinquedo Esperança", trabalhou no setor da regularização migratória no Centro de Apoio e Pastoral do Migrante (CAMI). Teve de deixar seu país e vive no Brasil desde 2014.
Diogo Alcântara
Graduado em Jornalismo pela Universidade de Brasília, com MBA em Business Analytics e Big Data pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), é assessor de comunicação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha desde 2015, onde é responsável pelo núcleo de crossmídia, que une relacionamento com a imprensa e comunicação digital. Trabalhou como repórter e produtor no SBT, portal Terra e na agência de notícias Thomson Reuters.
Luiz Fernando Godinho
Luiz Fernando Godinho é o porta-voz da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) no Brasil. Como jornalista, trabalhou em diversos veículos de imprensa brasileiros - entre eles as revistas Veja, IstoÉ e os jornais Hoje em Dia, O Globo e Folha de São Paulo. Tem pós graduação em Globalização e Desenvolvimento pela Universidade de Westminster, em Londres (UK), e já atuou em operações humanitárias no Brasil, Colômbia, Equador, Etiópia e Moçambique. É membro da Equipe de Emergência do ACNUR.