Refugiados na República Democrática do Congo
Saiba mais sobre as pessoas refugiadas e deslocadas no Congo, onde a violência e a crise alimentar obrigam pessoas a fugirem de casa.
Os enfrentamentos entre comunidades, milícias e forças armadas, somada à crescente escassez de alimentos, vem deteriorando a situação humanitária em vários lugares da República Democrática do Congo (RDC). A crise prolongada provoca o deslocamento massivo interno e a fuga para outros países. Distantes dos seus povoados e dos seus meios tradicionais de subsistência, milhares de famílias enfrentam uma escassez crítica de alimentos e água cada vez maior. A RDC é um dos países do mundo com o maior número de pessoas deslocadas.
Tendo como pano de fundo uma crise alimentar que piora gradativamente, as atuais tensões entre as duas comunidades são muito preocupantes
Quando um conflito eclode, as famílias precisam fugir com o pouco que têm. Costumam caminhar muitos quilômetros, às vezes dias e até dias a pé, até chegar a um lugar seguro. Na fuga, é normal que as famílias se separem ou percam contato, aumentando ainda mais as dificuldades. Encontrar abrigo é um desafio para as pessoas deslocadas. Muitas famílias têm de viver apertadas, chegando a dormir no chão. O refúgio encontrado muitas vezes são escolas, igrejas, casas de famílias os recebem. As cidades que hospedam com frequência ficam sobrecarregadas. Mesmo sem ter o suficiente, o deslocados e refugiados preferem não voltar para suas casas, com medo do que possam encontrar.
Na RD #Congo, a vida diária é assustadora: risco de ser morto ou ferido, deslocamento forçado, separação de familiares e muitas outras ameaças ou abusos.pic.twitter.com/OIKE4CErRd
— CICV (@cicv_pt) 28 de janeiro de 2018
Mulheres
Traumatizadas pela brutalidade que testemunharam, as mulheres estão afetadas psicologicamente. "Elas passaram por uma experiência profundamente traumática", explica Anièce Kiyungu, que faz parte de uma associação local de mulheres em Kikwit, na província oriental de Kwilu.
Região de Kasai, na RDC. Véronique é uma mulheres deslocada com as pernas paralizadas devido à pólio. Ela foi beneficiada pelo programa de distribuição de refeições quentes e programa de microcrédito do CICV. @CICV
Mulheres, crianças e idosos são os principais afetados por essa situação. Mukalay Mangasa, mãe de oito crianças que estão gravemente desnutridas, perdeu o marido durante a última erupção da violência comunitária. Depois da morte do meu marido, meus filhos e eu não tínhamos nada para comer e ficamos doente", explica. "O nosso sofrimento continua. Um dos meus filhos morreu. Perdi peso por causa disso e da preocupação. Todos os dias sofremos mais um pouco."
Ajudando as pessoas afetadas
Junto com a Cruz Vermelha da RDC, ajudamos as pessoas afetadas pelo conflito e pela violência a sobreviverem e se tornarem autossuficientes. Também trabalha na melhoria do fornecimento de água e saneamento, fortalece a assistência à saúde para doentes e feridos, incluindo vítimas de violência sexual, e reúne famílias separadas pelço conflito. Além disso, promovemos o cumprimento do Direito Internacional Humanitário (DIH).
Não é uma ligação qualquer. É a primeira vez que Maria Nganza consegue ligar pra casa e avisar à família que está viva e que teve um filho saudável. Ajudamos pessoas em #Angola que fugiram do conflito na RD #Congoa se comunicarem com quem amam. ❤️ http://ow.ly/kARN30hdKmw pic.twitter.com/OIKE4CErRd
— CICV (@cicv_pt) 28 de janeiro de 2018