Tailândia/Camboja: Movimento da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho assiste milhares de pessoas após confrontos na fronteira
Entre 4 e 8 de fevereiro, os conflitos armados entre Tailândia e Camboja deslocaram cerca de 30 mil pessoas nos dois países. Houve muitas vítimas e as autoridades cambojanas detiveram um soldado tailandês por vários dias. O CICV e as Sociedades Nacionais da Tailândia e do Camboja entraram em ação para aliviar as consequências humanitárias desses confrontos. O chefe da Delegação Regional do CICV em Bangkok, Jacques Stroun, comenta os esforços e as conquistas.
O que o CICV fez durante este período?
Trabalhamos com a Cruz Vermelha Tailandesa, a Cruz Vermelha Cambojana e a Federação Internacional das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. As pessoas deslocadas, que careciam de muitos gêneros básicos, eram nosso foco principal. As Sociedades Nacionais distribuíram alimentos, lonas, cobertores, roupas, mosquiteiros, garrafas de água e baldes. Também ajudaram as autoridades de ambos os países a cuidarem desses deslocados.
O CICV enviou uma equipe de saúde e engenheiros hídricos aos dois países para ajudarem a realizar uma avaliação profunda da situação de saúde e higiene.
Qual é o papel do CICV quando irrompem conflitos entre os dois países?
Como guardião do Direito Internacional Humanitário (DIH), o CICV foi incumbido pelas nações do mundo de assistir e proteger as pessoas afetadas por conflitos. Como organização neutra, podemos conversar com todos os lados e ajudar a encontrar soluções para os problemas humanitários que surgem em decorrência do conflito.
No dia 8 de fevereiro, o CICV se encontrou com um soldado tailandês capturado durante o conflito e noss os representantes estavam presentes quando ele foi liberado em Phnom Penh.
O senhor esteve em contato com as autoridades cambojanas e tailandesas durante o conflito?
Levamos nossas preocupações com relação à situação humanitárias aos governos dos dois países. Uma de nossas prioridades era que ambos os países realizassem operações militares em conformidade com o DIH.
O que diz o DIH?
- As partes em um conflito devem sempre distinguir entre os civis e os combatentes, de modo a evitar o sofrimento entre a população civil e os estragos aos bens civis.
- As partes devem restringir seus ataques aos objetivos militares – os ataques à população civil ou a indivíduos civis são proibidos.
- As pessoas que não participam das hostilidades não podem ser mortas e seu bem-estar físico e mental deve ser preservado.
- As pessoas que não participam das hostilidades têm o direito à proteção e a receber tratamento humano em todas as circunstâncias, sem distinções adversas.
- É ilegal matar ou ferir um inimigo que tenha se rendido ou que não participe mais do conflito.