Três principais orientações nortearam em todo o mundo as medidas de proteção contra a proliferação do novo coronavírus: distanciamento social, isolamento, e manutenção da higiene pessoal e dos ambientes. Estas orientações, no entanto, trouxeram um desafio em potencial para o trabalho do CICV na área de Detenção. Levando em conta o contexto de superlotação dos sistemas penitenciários, como garantir a proteção de populações privadas de liberdade, as quais são mais vulneráveis ao contágio?
"Quando surgiu a pandemia, conseguimos ter uma resposta rápida no apoio aos sistemas penitenciários, em virtude do nosso constante diálogo com essas autoridades", destaca Patrícia Badke, responsável pelo Programa em Favor das Pessoas Privadas de Liberdade da Delegação Regional e coordenadora adjunta do departamento de Proteção.
Já em março e abril, nós reunimos virtualmente os diretores dos sistemas penitenciários dos cinco países (onde trabalhamos) para entender melhor as suas necessidades e garantir um apoio adaptado à realidade enfrentada. Com isso, foi possível preparar protocolos de respostas de prevenção e promover o intercâmbio de experiências
Além dos protocolos e recomendações, o CICV doou aos sistemas penitenciários maquinário para a produção de materiais de proteção, limpeza e higiene nos cinco países, o que foi fundamental para enfrentar a pandemia. Entre eles, foi entregue um reator para produção de detergente e quatro máquinas de costura para confecção de máscaras, o que beneficiou 13 mil pessoas detidas na Argentina. No Chile, a doação de 6 mil litros de desinfetante permitiu implementar oficinas de higienização em todos os centros de detenção do país até novembro de 2020. O projeto favoreceu aproximadamente 40 mil pessoas privadas de liberdade e também a comunidade local.