A estratégia tem como objetivo abordar os desafios trazidos por um cenário global em constante evolução e enfatiza o propósito central da organização de proteger e assistir as pessoas afetadas por conflitos armados e outras situações de violência.
Nos próximos anos, o CICV dará prioridade ao fortalecimento de suas atividades de proteção e seu diálogo com Estados e grupos armados não estatais, para garantir que eles cumpram com suas obrigações de acordo com o Direito Internacional Humanitário (DIH).
"O CICV nasceu num campo de batalha há mais de 160 anos, para lutar contra a indiferença ao sofrimento. Esse profundo compromisso com a humanidade continua sendo central na nossa identidade", afirmou a presidente do CICV, Mirjana Spoljaric.
Faça o download da estratégia institucional do CICV 2024-2027 aqui (em inglês)
"Como um ator humanitário da linha de frente, vemos como o Direito Internacional Humanitário tem um papel crucial em salvar vidas e limitar a brutalidade do conflito armado. Com essa estratégia, o CICV afirma a sua determinação em defender as pessoas durante tempos de guerra, para garantir que os direitos e proteções previstos no DIH sejam respeitados para civis e combatentes. O custo devastador da guerra deve ser reduzido", disse Spoljaric.
Um objetivo da estratégia é tornar o DIH uma prioridade política global, para reforçar sua universalidade e significado persistente.
A nova estratégia também reafirma a neutralidade do CICV como "um princípio que leva à ação"; ao não tomar partido em conflitos armados, a organização pode ajudar as pessoas afetadas por conflitos em áreas em disputa às quais de outra forma não poderia chegar. Do mesmo modo, ressalta o papel do CICV como intermediário neutro, condição que, neste ano, permitiu à organização facilitar a libertação de reféns e detidos no Iêmen, Sudão, e em Israel e nos territórios ocupados.
"Há uma conexão inerente entre o DIH, os princípios humanitários e a paz, e, no nosso papel como intermediário neutro, procuraremos divulgar as medidas humanitárias que podem contribuir para a prevenção e resolução de conflitos. Isso faz parte da nossa abordagem operacional única que combina proteção e serviços essenciais, enquanto promove adesão às normas da guerra", disse Spoljaric.
Presente em cerca de 100 situações de conflito ao redor do mundo, o CICV visa, com a estratégia, melhorar sua resposta a emergências e sua capacidade para adaptar seus recursos, parcerias e estratégias de saída em situações de conflitos prolongados.
A nova estratégia também enfatiza a necessidade de entender e responder ao impacto das novas tecnologias na guerra, assim como a aplicabilidade do DIH para domínios tais como armas autônomas, guerra cibernética e uso de inteligência artificial.
O CICV afirma na estratégia sua identidade dentro do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Compromete-se a cooperar com todas as Sociedades Nacionais e a Federação Internacional para fortalecer o Movimento como uma rede humanitária global confiável e impactante, em mútuo reconhecimento dos respectivos mandatos, funções e responsabilidades.
Além disso, em reconhecimento às mudanças de atitude sobre a ação humanitária internacional, o CICV se compromete a participar ativamente dos debates sobre localização e descolonização da ajuda. Ao aprender e contribuir com essa necessária reavaliação das práticas convencionais, o CICV aspira a fomentar uma abordagem mais inclusiva e equitativa da assistência humanitária.
Melhorar a gestão de riscos e a estabilidade financeira também são prioridades, com um foco renovado na diversificação das fontes de financiamento da organização e na aceleração da transformação digital.
Por último, a nova estratégia reitera o valor da competência, da diversidade e da inclusão na organização e se propõe a cultivar uma força de trabalho na qual pessoas de todas as origens se sintam respeitadas, apoiadas e com um profundo sentimento de pertencimento.
Sobre o CICV
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) é uma organização neutra, imparcial e independente, cuja missão exclusivamente humanitária deriva das Convenções de Genebra de 1949. A organização ajuda as pessoas afetadas por conflitos armados e outras situações de violência no mundo inteiro, fazendo todo o possível para proteger a vida e a dignidade delas e para aliviar o seu sofrimento, com frequência em conjunto com os parceiros da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.