Kiev (CICV) – "À medida que o conflito evolui e escala, a angústia e o medo que as pessoas sofreram nos últimos três dias se aprofundam.
Existe uma grande preocupação de que conflito esteja afetando áreas muito densamente povoadas, incluindo a capital Kiev e outras grandes cidades. Como vimos repetidas vezes no nosso trabalho no mundo todo, quando os bairros se tornam a linha de frente, as consequências para as pessoas – incluindo pessoas doentes, idosas e crianças – são simplesmente devastadoras.
Instamos urgentemente às partes em conflito para que não se esqueçam das suas obrigações segundo o Direito Internacional Humanitário (DIH). Devem garantir a proteção da população civil e de quem não participa mais dos combates, como as pessoas detidas, feridas ou doentes. O DIH é claro: todas as partes em conflito têm a obrigação legal de garantir que as operações militares sejam planejadas e conduzidas de forma a garantir a proteção da população civil e dos bens civis.
As partes devem tomar todas as precauções possíveis para evitar ferimentos em civis e perda de vidas. Ataques indiscriminados são proibidos e, portanto, o CICV exorta fortemente as partes a evitarem o uso de armas explosivas com ampla área de impacto em zonas povoadas e a evitarem a localização de objetivos militares dentro ou perto dessas zonas.
Considerando as crescentes tensões e a existência de mais armas nas ruas, também será vital continuar tomando medidas para garantir que a lei e a ordem sejam mantidas, para que a população civil não seja colocada em maior risco.
Qualquer interrupção nos serviços essenciais, como água, energia, estabelecimentos de saúde, pode causar enormes efeitos dominó. Vimos muitas vezes em conflitos que o uso de armas explosivas com efeitos em áreas amplas pode causar morte, estragos e destruição em uma escala dramática.
Deixam um recordatório mortal da sua capacidade destrutiva, com munições não detonadas que não explodem com o impacto e muitas vezes permanecem enterradas no chão ou entre os escombros, colocando em risco as pessoas muito tempo depois do fim dos combates.
Após oito anos cansativos de conflito, a última coisa que as pessoas precisam é de mais violência, morte, destruição e desespero. Instamos todos os Estados a fazerem tudo o que estiver ao seu alcance e influência para evitar a escalada de um conflito cujo custo e consequências para as populações civis superam a capacidade de protegê-las e ajudá-las."
Nota para as equipes de Edição:
Estabelecido em 1863, o CICV opera no mundo todo ajudando pessoas afetadas por conflitos e violência armada e promovendo as leis que protegem as vítimas da guerra. Uma organização neutra, independente e imparcial, o seu mandato se origina das Convenções de Genebra de 1949. Tem sede em Genebra, Suíça, e tem operações em mais de 100 países.
O CICV trabalha na Ucrânia desde 2014. As nossas operações no país estão entre as dez maiores do CICV no mundo todo, com uma equipe de mais de 600 funcionários/as. Trabalhando em estreita colaboração com a Cruz Vermelha Ucraniana, estamos aumentando a nossa resposta às necessidades humanitárias na Ucrânia. O nosso apoio às pessoas inclui assistência emergencial, como alimentos, água e outros artigos essenciais. Também apoiamos hospitais e unidades de saúde primária com equipamentos médicos e preparação para emergências. Consertamos estações de água e apoiamos as famílias na reconstrução das suas casas danificadas. Além disso, ajudamos famílias separadas pelo conflito a se reconectarem.
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Florian SERIEX, CICV Genebra (inglês, francês),
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