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Iêmen: A família da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho abre centro de tratamento de covid-19 antes de possível segunda onda

Genebra (CICV) – Em um esforço para revigorar um sistema de saúde devastado pela guerra, a família da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho abriu no dia 20 de setembro um centro de tratamento gratuito para pacientes com covid-19 no Iêmen, que registrou uma alta taxa de mortalidade devido à primeira onda assoladora da covid-19.

O centro de tratamento em Aden, cidade do sul do país, conta com 60 leitos, uma sala de radiografia, uma unidade de alta dependência, alas de atendimento, uma área de triagem e um laboratório. Várias toneladas de provisões e equipamentos médicos foram levados ao local sob a supervisão de uma equipe médica internacional.

Mais de metade das instalações de atendimento médico do Iêmen está fechada devido a anos de conflitos armados, por isso um número excessivo de habitantes ficou sem acesso à saúde. Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que o Iêmen teve 585 mortes de 2.026 casos confirmados de Covid-19, a taxa de mortalidade mais alta do mundo por quantidade de casos positivos.

O novo centro de atendimento para covid-19 localizado no hospital de Al-Joumhouria, em Aden, é um esforço conjunto do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), da Cruz Vermelha Norueguesa e da Cruz Vermelha Finlandesa, com apoio da Sociedade do Crescente Vermelho do Iêmen (YRCS). As autoridades sanitárias do Iêmen estão registrando novos casos nas províncias do sul do país; é muito provável que o vírus continue se espalhando. Os recursos escasseiam: a população local está fabricando máscaras rudimentares para seus entes queridos e protetores faciais para a equipe médica na tentativa de conter a propagação do vírus.

"Pouquíssimas instalações no sul do Iêmen têm capacidade para tratar pacientes com covid-19. Se os casos continuarem, este novo centro poderá oferecer atendimento", disse Alexandre Equey, chefe da delegação do CICV no Iêmen. "Quando a covid-19 abalou Aden há alguns meses, muitos hospitais fecharam as portas. Como as pessoas não tinham condições de comprar remédios, outras doenças infecciosas reapareceram. Quando se contagiam com covid-19, as pessoas precisam ter um lugar aonde ir para receber assistência médica."

"A solidariedade e a resiliência são fundamentais. Um acordo político para acabar com o sofrimento de milhões é imprescindível. A população do Iêmen deseja se reerguer para reconstruir sua vida novamente", acrescentou o senhor Equey.

"Nossos voluntários estão correndo contra o tempo para reagir à pandemia do coronavírus. Distribuímos alimentos, bens de primeira necessidade, produtos de higiene e equipamentos de proteção para pessoas em acampamentos e instalações sanitárias a fim de incrementar as medidas preventivas contra a covid-19", disse o Dr. Fouad Al-Makthy, secretário-geral da YRCS.

Os conflitos armados atuais e a falta de provisões médicas forçaram muitas instalações de assistência médica a fechar as portas no Iêmen. O sistema de saúde tem tido dificuldade para oferecer cuidados básicos a centenas de milhares de pessoas cujas vidas estão ameaçadas por doenças potencialmente curáveis, desnutrição e ferimentos causados pela guerra. A combinação entre a falta de eletricidade, a escassez de combustível e um alto índice de inflação, que faz com que a maioria das comunidades praticamente não possa ter acesso a alimentos, remédios e outros bens de primeira necessidade, torna a vida extremamente difícil.

"O coronavírus afeta todos nós, mas alguns foram muito mais prejudicados que outros. Além das gravíssimas consequências da pandemia, a população do Iêmen enfrenta as contínuas repercussões do conflito armado. Estamos contentes por ajudar a aliviar os sofrimentos da população prestando assistência médica a pacientes com covid-19", disse Bernt G. Apeland, secretário-geral da Cruz Vermelha Norueguesa.

"É difícil pensar em um povo que esteja em uma situação mais dura que a população do Iêmen. Milhões de pessoas já estão sofrendo por causa do conflito armado, da insegurança alimentar e de um sistema de saúde fragilizado. Esperamos que este centro as ajude a sobreviver a esta pandemia global com o menor dano possível", disse Kristiina Kumpula, secretária-geral da Cruz Vermelha Finlandesa.

O CICV, a YRCS e outras Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho têm reagido à pandemia no Iêmen fornecendo regularmente equipamento de proteção individual (EPI), provisões médicas, alimentos e produtos de higiene a hospitais e centros de isolamento.

Observações sobre o centro de covid-19:

  • O CICV estabeleceu um sistema de encaminhamento de pacientes de zonas rurais para o centro de covid-19 em Aden junto com outros profissionais de saúde, autoridades sanitárias e a YRCS.
  • O centro prestará serviços gratuitos. Os pacientes poderão se comunicar com seus familiares enquanto estiverem em tratamento.
  • Mais de 100 iemenitas contratados localmente e 20 pessoas de uma equipe médica e técnica internacional trabalharão no centro.

Para obter mais informações, entre em contato com:

Yara Khawaja, CICV, Iêmen, tel.: +201015782237, Whatsapp: +961 70 661 374, ykhaweja@icrc.org

Fareed Alhomaid, CICV, Iêmen, tel.: +967739164666, falhomaid@icrc.org

Sara Alzawqari, CICV, Beirut, tel.: +961 3 138 353, salzawqari@icrc.org

Ruth Hetherington, CICV, Genebra, tel.: +41 79 447 37 26, rhetherington@icrc.org

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