A violência contra os profissionais de saúde, assim como contra os estabelecimentos e os beneficiários dos serviços, é um dos desafios humanitários mais graves atualmente no mundo. E, ainda assim, com frequência é negligenciado.
Um estudo do CICV com base em dados recolhidos em 16 países, de meados de 2008 até o fim de 2010, demonstra padrões de violência que impedem a prestação de assistência à saúde, que variam de ataques diretos a pacientes e profissionais médicos e estabelecimentos – incluindo saques e sequestros – a captura e a negação do acesso à assistência à saúde.
Portanto, combates urbanos podem impedir os profissionais de saúde de chegarem a seus postos de trabalho, os socorristas podem ser retidos de maneira desnecessária nos postos de controle, os soldados podem entrar à força em um hospital em busca de inimigos ou para se protegerem de ataques e as ambulâncias podem ser atacadas ou usadas ilicitamente para realizar ataques. Independentemente do contexto, as precárias condições de segurança em muitas partes do mundo significam que os feridos e doentes não chegam a receber a assistência médica a qual têm direito.
Embora os atos que impeçam a prestação de assistência à saúde quase sempre violem os princípios básicos do Direito Internacional Humanitário (DIH) e do Direito Internacional dos Direitos Humanos e apesar dos inúmeros esforços que vêm sendo feitos por parte do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, há décadas, para pôr um fim a esses atos, o problema continua. Abordá-lo é uma questão de vida ou morte para milhares de pessoas.