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Moçambique: CICV intensifica resposta humanitária em Mocímboa da Praia

Mulher de uma comunidade enche recipiente de água numa fonte, ao lado de funcionária do CICV.
Mulher enche recipiente em fonte construída pelo CICV em Mocímboa da Praia. Ana Mulua/CICV

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) abriu um escritório no distrito de Mocímboa da Praia, Cabo Delgado, para chegar a mais pessoas diretamente afetadas pelas consequências do conflito armado.

As comunidades de Mocímboa da Praia continuam sendo afetadas por deslocamentos e retornos, perda de renda, separação de famílias e difícil acesso a serviços básicos, como água potável e assistência à saúde.

O CICV construiu seis furos de água, três com bombas manuais e três movidos a energia solar, fornecendo água potável para nove mil pessoas por meio de 14 pontos de distribuição. A situação na região continua complexa, pois estima-se que 130 mil pessoas ainda consumam água contaminada no distrito, severamente afetado pelo conflito armado, o que leva à disseminação de doenças, sobretudo entre os grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos.

Além da construção de sistemas de abastecimento de água, o CICV criou e recentemente capacitou seis comitês de água, compostos por moradores locais, que garantem a gestão sustentável da água proveniente dos pontos de captação. O treinamento contribuiu para a sustentabilidade dos projetos e fortaleceu a resiliência das comunidades de Mocímboa da Praia.

Sifa Momade precisava caminhar cerca de sete horas por dia para buscar água. "Eu saía de manhã e voltava por volta do meio-dia. Agora temos no nosso bairro água para beber, lavar roupa e cozinhar a qualquer hora", conta.

“Com a Cruz Vermelha de Moçambique, desde janeiro de 2025 distribuímos itens essenciais para mais de duas mil famílias vulneráveis nas comunidades de Pamunda, Filipe Nyusi, 30 de Junho e Ntende, em Mocímboa da Praia”, afirmou a chefe do escritório do CICV em Mocímboa da Praia, Devaki Erande. 

Homem carrega balde e saco com artigos domésticos.

O senhor Selemane, regressado, após receber seu kit de artigos essenciais.

Fidelto Bata/CICV

Mais de 1,2 mil famílias no distrito também receberam assistência para atender às necessidades básicas urgentes no início deste ano. Elas afirmam que a flexibilidade desse tipo de apoio melhorou significativamente a sua capacidade de lidar com as difíceis condições impostas pelo conflito.

O CICV também realiza atividades para reunir famílias separadas pelas hostilidades e dialoga com portadores de armas para promover o respeito ao Direito Internacional Humanitário (DIH).