São Paulo (SP) – Mais de setenta pessoas, entre autoridades da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), diretores dos Institutos de Medicina Legal (IMLs), dirigentes de Polícia Científica, Associações Forenses e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) participaram em São Paulo do III Encontro Nacional de IMLs.
Após uma demanda dos participantes das edições anteriores, o evento inicia uma fase itinerante que permitirá intercâmbios entres os IMLs do país. O objetivo dessa terceira edição, organizada pela Senasp, Conselho Nacional dos Dirigentes de Polícia Científica (CONDPC), IMLs e CICV, foi fazer um balanço e uma prestação de contas das ações realizadas pelas autoridades ao longo do ano e levar para a plenárias as proposições de ações para o próximo ano. Entre elas, a implementação da guia nacional de identificação humana elaborada no II ENIMLs de 2023 e publicada pela Senasp em setembro deste ano.
Na abertura do encontro, o secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubo, afirmou que uma das maiores missões da Senasp é de integração, unificação e padronização de aspectos relacionados com a segurança do país. Por isso, segundo ele, o governo federal e os governos estaduais estão trabalhando para dar respostas aos problemas de segurança pública do país incluindo a busca, identificação e localização de pessoas desaparecidas.
“Nós precisamos de bancos de perfis genéticos para inúmeras situações, como busca de pessoas desaparecidas, e isso precisa acontecer nos mesmos padrões e modelos de norte a sul deste país. Não pode o Rio Grande do Sul ter um padrão, o São Paulo ter outro, por exemplo”, afirmou Sarrubo, destacando a importância da modernização, tecnologia e valorização profissional em âmbitos como o tratado em São Paulo.
Por sua vez, o superintendente de Polícia Técnico-Científica de São Paulo, Claudinei Salomão, afirmou que sua instituição está absolutamente engajada com esta iniciativa. O estado é um dos que mais fazem necropsias por dia: 70. “O nosso trabalho de identificação humana muitas vezes complementa os esforços do CICV em localizar pessoas desaparecidas, prestar assistência às famílias e garantir o tratamento digno dos mortos. A união entre ciência e humanidade é o que melhor traduz a atuação conjunta do Instituto Médico Legal e da Cruz Vermelha Internacional”, afirmou.
Salomão destacou que o mundo vive uma era de transformações profundas, e o IML-SP está preparado para enfrentar esses novos desafios. “A ciência tem sido e sempre será nossa grande aliada na busca pela justiça e na construção de uma sociedade mais segura”, ressaltou. Já o presidente do CONDPC, Luiz Rodrigo Grochoki, lembrou da importância do Serviço de Medicina Legal. “O Ministério da Justiça tem um mapa da segurança pública com 23 indicadores, desses, 15 dependem extremamente da prova policial. Segundo ele, são 16.695 peritos legistas no Brasil.