Comunicado de imprensa

Programa AMS reúne facilitadores para debater boas práticas e estratégias de fortalecimento da rede

Foto final

Encontro certifica parceiros do Acesso Mais Seguro e reconhece o trabalho e esforço dos profissionais para promover a sustentabilidade da ferramenta e responder aos impactos da violência armada nos servicos públicos.

Brasília (DF) – O programa Acesso Mais Seguro para Serviços Públicos Essenciais (AMS) do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) promoveu, nos dias 24 e 25, o I Encontro de Facilitadores, na sede Delegação Regional para Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, em Brasília. O encontro reuniu mais de 40 profissionais de educação, saúde e assistência social de secretarias municipais e estaduais para debater boas práticas sobre os principais elementos de implementação e sustentabilidade do programa.

Os profissionais indicados receberam certificados de facilitadores oficiais do AMS e irão compor a “Rede de Facilitadores AMS”, participando de atividades de atualização e intercâmbio com outros municípios implementadores, podendo apoiar o desenvolvimento de treinamentos, presencial ou virtual em outras instituições.

O chefe da Delegação Regional do CICV em Brasília, Alexandre Formisano, deu as boas-vindas aos presentes e destacou a importância do evento para reforçar a prestação e acesso aos serviços públicos essenciais. “O programa teve início no Rio de Janeiro de forma orgânica e vem crescendo desde então. Hoje essa metodologia é reconhecida, e essa rede criada entre secretarias de estados e municípios está cada dia mais fortalecida e tem presença em vários estados e municípios”, afirmou.

Fala na abertura do I Encontro de Facilitadores do AMS
K.Huari/CICV

Formisano participou da abertura do encontro e deu as boas-vindas aos presentes.

Para Formisano, muitos esforços ainda precisam ser feitos para atender todos os municípios afetados por situações, que muitas vezes obriga o fechamento de escolas, centros de saúde, e/ou interrompe a prestação dos serviços, entre outros. “A ferramenta se demostrou útil para todos e agora precisamos atuar na sustentabilidade do programa”, destacou.

Para a coordenadora do programa AMS do CICV no Brasil, Karen Cerqueira, um dos elementos cruciais para o sucesso do Acesso Mais Seguro é a atuação e comprometimento dos profissionais envolvidos em sua gestão e replicação. “É essencial continuar os esforços para o fortalecimento e sustentabilidade dos resultados, multiplicando conhecimento. Já começamos a reformulação do programa e pretendemos lançar esse novo modelo no ano que vem”, disse. 

Os certificados entregues são um reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pelos facilitadores. Karen Cerqueira cita que, nos últimos anos, foi evidente a emergência de profissionais com notória expertise e destacada atuação na implementação do Programa. “Por esse motivo, o AMS busca reconhecer o trabalho destes profissionais e zelar por sua atualização para fortalecer a Rede AMS”, ressaltou.

Importância para salvar vidas

Entre os facilitadores, estava a psicóloga Simone Pires, da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Ela é testemunha do quanto o programa é necessário em cidades com altos índices de violência. “Depois que o AMS foi implementado e expandido em territórios conflagrados, não perdemos mais nenhum profissional”, disse, lembrando da morte da agente comunitária de saúde Kelly Cristina durante um tiroteiro, em 2011, no município de Senador Camará (RJ), zona oeste do estado. 

Simone Pires atua no AMS desde 2013 e afirma que as autoridades perceberam a importância de expandir o Acesso Mais Seguro depois da morte de Kelly Cristina. “É muito importante a atuaçao do CICV nessas áreas e, um encontro como esse, faz com que a rede fique mais fortalecida. Ainda que a realidade dos municípios seja distinta, a troca de experiência pode agregar à nossa atuação”, destacou. 

No primeiro dia do encontro, os participantes ouviram a palestra "Facilitação: da concepção aos dias atuais", com a consultora para o Programa AMS, Flávia Caetano, e aprenderam técnicas de facilitação de conteúdo para adultos, com a doutoranda na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP) e mestre em Políticas Públicas pela UFABC, Júlia Dietrich. O segundo dia teve como painel o Treinamento de Treinadores: pontos importantes da apresentação (Fortalecendo o conceito de Crise, Fases da Implementação e Monitoramento Plano de Contingência), com o consultor do Programa AMS, Humberto Miná, e a Apresentação de Boas Práticas, com Flávia Caetano. Ao final, entrega de certificados.

Sobre o AMS

A violência armada é um desafio para as pessoas que precisam acessar os serviços públicos essenciais, para os profissionais que atuam nas unidades e também para as autoridades, que se deparam com uma série de dificuldades e barreiras para oferecer os serviços à população. Em contextos mais sensíveis e inseguros, muitas vezes é necessário interromper diversos serviços que deveriam ser ofertados, ou até mesmo fechar escolas, unidades de saúde, unidades de assistência social, a fim de resguardar a integridade e a vida daqueles que trabalham e/ou os utilizam. 

O Programa AMS visa promover ambientes seguros e fortalecer a resiliência dos profissionais de serviços públicos em áreas afetadas por violência armada. Tem demostrado, ao longo dos anos, em seu processo de expansão, ser uma estratégia de apoio para o fortalecimento da capacidade de gestão de riscos nas instituições, estando alinhado aos objetivos estratégicos dos parceiros. No Brasil, o programa foi adotado em oito cidades, com mais de 57 mil profissionais treinados pelo programa.

Para mais informações:
Fabíola Góis, assessora de Comunicação no CICV Brasília 
(61) 98248 7600 fgois@icrc.org