No Dia Internacional dos Desaparecidos, celebrado no dia 30 de agosto, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) chama a atenção para a importância de unir esforços para esclarecer a sorte de milhares de pessoas desaparecidas na América Latina. Com um vídeo produzido em conjunto com Playing For Change, do qual participaram mais de 15 artistas da região, as famílias são homenageadas.
A COVID-19, doença que já matou 261.250 pessoas na América Latina até o dia 25 de agosto, acrescenta novos desafios e complexidades à problemática do desaparecimento na região. Além das questões relacionadas com a gestão adequada de restos mortais para evitar novos desaparecimentos, surgem também novas dificuldades para muitas famílias, cujos processos de busca foram interrompidos devido às restrições de circulação adotadas na maioria dos países e pelo recrudescimento da sua situação econômica em muitos casos.
Esclarecer a sorte e o paradeiro das pessoas desaparecidas em tempos de COVID-19 é um desafio diário que requer mecanismos eficazes e coordenados de busca, além de processos forenses de qualidade.
"Mesmo durante a pandemia, os familiares não deixarão de buscar os seus entes queridos. É importante continuar o apoio a estas famílias e, para isso, é necessária uma vontade política genuína e coordenação de todas as partes interessadas para responder as necessidades de busca, econômicas, de acompanhamento psicossocial, entre outras, das famílias", afirmou Susana López, coordenadora para a América Latina e o Caribe do programa de Pessoas Desaparecidas do CICV.
Em tempos de COVID-19, milhares de famílias de pessoas desaparecidas continuam trabalhando e se apoiando entre si na busca dos seus entes queridos. Muitos diversificaram as formas de busca, incluindo apoio virtual e através das redes sociais. "Nem a pandemia, nem nada vai nos impedir de buscar os nossos entes queridos", exclamou Adelina García, da Associação Nacional de Familiares de Sequestrados, Detidos e Desaparecidos do Peru (ANFASEP).
Por causa da pandemia, em alguns países, os escritórios que atendem os casos de pessoas desaparecidas estão fechados, as reuniões de grupos de apoio foram interrompidas, assim como os processos de busca e exumação. "Eu frequentava um grupo de autoajuda e tivemos que cancelar as sessões porque uma das participantes se contagiou", afirmou María Luisa Lazarín, do México, que busca o desaparecido. "Apesar dos obstáculos e de todas as dificuldades, mantemos a fé e a esperança de um reencontro", acrescentou Sandro Andrade, que busca o filho desaparecido no Brasil.
Na América Latina, o CICV apoia os familiares de pessoas desaparecidas na Guatemala, El Salvador, México, Honduras, Colômbia, Peru e Brasil. Para o CICV, tanto as pessoas que desaparecem como os seus familiares são vítimas. As famílias sofrem uma série de patologias físicas, emocionais e psicossociais, muitas vezes agravadas por dificuldades legais e econômicas. O CICV também trabalha para fortalecer a capacidade e a resposta das autoridades dos países, incluindo as forenses, e para que se adotem políticas que contribuem para a busca e a proteção das famílias e das pessoas.
Aliança com Playing for Change: vozes latino-americanas cantam para os familiares
Para comemorar o Dia Internacional dos Desaparecidos, o CICV produziu um vídeo musical na América Latina em alianças com Playing for Change. A filmagem da música "Hasta la raíz", composta por Natalia Lafourcade e Leonel García, ocorreu durante a pandemia e contou com a participação de mais de 15 músicos da América Latina para dizer aos familiares das pessoas desaparecidas que não estão sozinhos na sua busca.
Gravado em nove países latino-americanos, o vídeo contou com a generosa participação de artistas como León Gieco, Susana Baca, Silvana Estrada, entre outros. Também com o talento de extraordinários músicos e instrumentistas latino-americanos: acordeão da Colômbia interpretado pelo rei do vallenato, Julián Mújica; tambores garifunas de Honduras; cavaquinhos do Brasil; guitarras de El Salvador; cajón do Perú; e a participação da Orquestra Sinfónica Nacional da Guatemala.
"Juntos e através da música queremos expressar a nossa solidariedade com as pessoas que enfrentam o sentimento profundo e universal de perder alguém querido. As famílias das pessoas desaparecidas não deixaram de buscar, apesar da pandemia e de outras adversidades, e nós não deixamos de ajudá-las", complementou Guillermo Schulmeier, chefe do Centro Regional de Comunicação do CICV para as Américas, em Buenos Aires.
Acesse toda a informação sobre a problemática do desaparecimento na América Latina no link: icrc.org/pessoasdesaparecidas2020
O vídeo com a nossa homenagem aos familiares das pessoas desaparecidas será lançando no próximo da domingo, 30 de agosto, no canal de Playing For Change: https://www.youtube.com/c/playingchange/videos
Para mais informações:
México e América Central: Ana Lagner, CICV Cidade do México, + 52 55 80129614
e-mail: olangnerleyva@icrc.org
Panamá: Diana Arroyo, CICV Cidade do Panamá, + 507 62625610
e-mail: darroyo@icrc.org darroyo@icrc.org
Colômbia: Lorena Hoyos, CICV Bogotá, +57 310 2218133
e-mail: bhoyosgomez@icrc.org
Peru: Dafne Martos, CICV Lima, +51 997 560240
e-mail: amartoscastaeda@icrc.org
Brasil: Diogo Alcântara, CICV Brasília: +55 61 982487600
e-mail: dalcantara@icrc.org