Brasil: ajuda a famílias deslocadas pela violência armada

Brasil: ajuda a famílias deslocadas pela violência armada

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) realizou uma ajuda emergencial para cerca de 30 pessoas que foram deslocadas em razão da violência em Fortaleza. Estas famílias foram identificadas pelo programa Rede Acolhe, da Defensoria Pública do Estado do Ceará, e encaminhadas ao CICV com vulnerabilidades como baixa renda, falta de rede de apoio ou problemas de saúde.
Comunicado de imprensa 27 março 2024 Brasil

A ajuda do CICV foi complementar ao trabalho do governo do estado do Ceará e contribui para que estas pessoas possam se restabelecer ou ser atendidas pelos programas de proteção correspondentes.

"O deslocamento de pessoas é um grave problema humanitário que impacta milhares de famílias. Temos trabalhado na busca de respostas, em especial apoiando tecnicamente as autoridades cearenses na compreensão deste fenômeno", afirmou o chefe do escritório do CICV em Fortaleza, Mario Guttilla.

Ao longo dos anos, desde que iniciou suas atividades no Ceará, em 2018, o CICV tem desenvolvido, junto a parceiros, ações como a realização de um estudo do marco normativo no estado com o objetivo de identificar as lacunas existentes na proteção das pessoas deslocadas.

Neste estudo, lançado em 2022, o CICV analisou normativas federais, estaduais e municipais, bem como projetos de lei sobre o deslocamento de pessoas como resultado da violência e as políticas públicas que podem satisfazer as principais necessidades dessa população na cidade de Fortaleza.

A organização também participou em grupos de trabalho e contribuiu para a realização de um debate sobre o estudo global "Deslocados em Cidades", além de outras assistências emergenciais pontuais.

Sobre o deslocamento de pessoas

O número de pessoas deslocadas devido à violência armada tem aumentado significativamente. O deslocamento não é um fenômeno isolado e geralmente é o último recurso para garantir a sobrevivência. As famílias que são obrigadas a abandonar suas casas vivem em situações de violência generalizada e recorrente: há bairros com grupos armados que controlam e limitam a sua locomoção, impondo regras e sanções, erguendo fronteiras invisíveis e tornando impossível o acesso a serviços essenciais, como escolas ou centros de saúde.