Brasil: ajuda a famílias deslocadas pela violência armada
A ajuda do CICV foi complementar ao trabalho do governo do estado do Ceará e contribui para que estas pessoas possam se restabelecer ou ser atendidas pelos programas de proteção correspondentes.
"O deslocamento de pessoas é um grave problema humanitário que impacta milhares de famílias. Temos trabalhado na busca de respostas, em especial apoiando tecnicamente as autoridades cearenses na compreensão deste fenômeno", afirmou o chefe do escritório do CICV em Fortaleza, Mario Guttilla.
Ao longo dos anos, desde que iniciou suas atividades no Ceará, em 2018, o CICV tem desenvolvido, junto a parceiros, ações como a realização de um estudo do marco normativo no estado com o objetivo de identificar as lacunas existentes na proteção das pessoas deslocadas.
Neste estudo, lançado em 2022, o CICV analisou normativas federais, estaduais e municipais, bem como projetos de lei sobre o deslocamento de pessoas como resultado da violência e as políticas públicas que podem satisfazer as principais necessidades dessa população na cidade de Fortaleza.
A organização também participou em grupos de trabalho e contribuiu para a realização de um debate sobre o estudo global "Deslocados em Cidades", além de outras assistências emergenciais pontuais.
Sobre o deslocamento de pessoas
O número de pessoas deslocadas devido à violência armada tem aumentado significativamente. O deslocamento não é um fenômeno isolado e geralmente é o último recurso para garantir a sobrevivência. As famílias que são obrigadas a abandonar suas casas vivem em situações de violência generalizada e recorrente: há bairros com grupos armados que controlam e limitam a sua locomoção, impondo regras e sanções, erguendo fronteiras invisíveis e tornando impossível o acesso a serviços essenciais, como escolas ou centros de saúde.