Artigo

Compreensão da violência que afeta a assistência à saúde

Quais são as formas mais comuns de violência, real ou a ameaça, contra a assistência à saúde em conflitos armados e outras emergências? E quais são as suas consequências para pessoas, estabelecimentos e veículos de saúde?

O CICV publicou Incidentes violentos que afetam a prestação da assistência à saúde, terceiro de uma série de relatórios interinos. O relatório se baseia em dados sobre 2.398 incidentes compilados entre janeiro de 2012 e dezembro de 2014 de várias fontes em 11 países onde as equipes do CICV estão ativas no terreno. Várias constatações do documento deveriam causar preocupação:

  • Mais de 50% dos incidentes documentados ocorreram dentro de estabelecimentos de saúde ou no seu perímetro;
  • Um total de 1.134 profissionais de saúde foi ameaçado e/ou coagido a violar a ética médica ou prestar atendimento grátis;
  • Mais de 700 veículos foram atacados e/ou obstruídos de forma direta ou indireta; isto também ocorreu durante manifestações.


Fica claro pelo exposto acima que determinadas medidas são necessárias com urgência - aumentar a segurança dos estabelecimentos de saúde, promover o respeito pela ética médica e garantir um acesso seguro à assistência
à saúde. Contudo, a fim de abordar o problema de forma integral, os formuladores de políticas, as organizações não governamentais (ONG), as agências humanitárias e outros atores dispostos a agir em relação à violência contra
a assistência à saúde deveriam realizar análises minuciosas e específicas segundo o contexto no nível nacional; isto implica examinar as causas da violência contra a assistência à saúde. Contar com essa informação é crucial para enfrentar a violência que afeta a prestação da assistência à saúde.