Dia Mundial Humanitário: brasileira é a única cirurgiã de trauma no Sudão do Sul

Dia Mundial Humanitário: brasileira é a única cirurgiã de trauma no Sudão do Sul

A brasileira Nádia Gabriele Rudnick está em sua primeira missão humanitária como cirurgiã de trauma da equipe do CICV em Juba, Sudão do Sul. Nádia é a única cirurgiã mulher da sua equipe no país, um dos mais afetados atualmente no mundo pelo conflito armado.
Artigo 17 agosto 2019 Sudão do Sul Brasil

O fato de ser mulher faz com que as pacientes se sintam mais à vontade. "Para tratar pacientes do sexo masculino, não muda se você é mulher ou homem. Mas sinto que com pacientes de sexo feminino elas provavelmente se sentem mais confortáveis em ter uma médica cirurgiã do mesmo sexo que elas", revela.

 

Neste Dia Mundial Humanitário, nós homenageamos profissionais mulheres como esta médica brasileira, que são de especial importância em lugares como o Sudão do Sul, onde mulheres e crianças são afetadas de forma desproporcional. Muitas perdem as suas casas ou famílias, enquanto outras enfrentam a ameaça e a realidade da violência sexual. As profissionais humanitárias prestam ajuda vital a essas pessoas e comunidades.

CICV/Florian Seriex

Nascida em Santa Catarina, Nádia estudou Medicina em Curitiba e fez a residência no Hospital Pronto Socorro de Porto Alegre, onde especializou-se em cirurgia e começou a trabalhar. O Sudão do Sul é a sua primeira missão humanitária. "Foquei meus estudos em trauma e emergência e, no final do curso, já sabia queria seguir a carreira humanitária."

Desde que cheguei aqui, recebi todo o suporte do time e em nenhum momento senti preconceito. Assim que possível eu gostaria de voltar para uma segunda missão, com certeza.

No Sudão do Sul, onde os combates afetam milhões de pessoas, as mulheres e crianças são as mais afetadas. Em 2018, 121 menores (de até 15 anos) e 125 mulheres foram internadas em hospitais apoiados pelo CICV com feridas causadas por armas. Mulheres e crianças representaram 30% dos pacientes feridos por armas que deram entrada nos estabelecimentos de saúde apoiados pelo CICV.