Brasil: familiares de pessoas desaparecidas participam de oficina de comunicação em Fortaleza
O coletivo de familiares de pessoas desaparecidas Mulheres de Fé com Esperança se reuniu, no dia 15 de março, no escritório do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em Fortaleza, para a oficina "Por que e como comunicar?", que abordou os diferentes elementos e ferramentas de comunicação que podem aumentar a visibilidade do grupo.
A sessão, liderada pelas equipes de Comunicação e Proteção de Vínculos Familiares da Delegação Regional do CICV, cobriu temas como a importância de interagir de maneira adequada com diferentes públicos, o autoconhecimento em relação às identidades individual e coletiva, a necessidade de definir mensagens-chave para entrevistas e eventos públicos, a construção da identidade visual, bem como os riscos e oportunidades envolvidos na utilização das redes sociais.
Para as participantes do coletivo, criado em 2020, esta foi uma oportunidade de desenvolver novas habilidades. "Nós estávamos com muitas dúvidas e agora vamos poder ajudar até outras pessoas que nos procuram. A comunicação é algo que estava faltando no nosso grupo e vocês esclareceram como fazer", afirma Eliara Ferreira Silva. Já Girliany Melo Costa acredita que uma comunicação mais efetiva pode ajudar as mulheres do coletivo a obter mais visibilidade: "Eu acho que a gente pode receber mais atenção. Em geral, recebemos pouca atenção e poucas respostas".
O treinamento estimulou as integrantes do coletivo a ter autonomia e capacidade de identificar situações, como encontros, atividades internas, eventos externos, depoimentos pessoais e audiências públicas que possam gerar postagens para redes sociais e motivar interações com a imprensa.
"A comunicação é uma ferramenta poderosa para um familiar de pessoa desaparecida. Seja para buscar seu ente querido, seja para promover os direitos e a luta das pessoas desaparecidas. Estou muito feliz que o Coletivo Mulheres de Fé com Esperança esteja desenvolvendo suas habilidades de comunicação", avalia o assessor de Proteção de Vínculos Familiares no escritório do CICV em Fortaleza, Daniel Mamede. Assessora de Comunicação do CICV, Gabriela Borelli acredita que oferecer instrumentos para que o coletivo tenha mais visibilidade gera impacto real no dia a dia dessas mulheres: "É muito gratificante poder contribuir e fortalecer a capacidade dessas famílias de se comunicar de maneira mais efetiva".