Comunicado de imprensa

O Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho aumenta sua resposta humanitária para atender às necessidades urgentes na Etiópia, no Sudão e em Djibouti

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) faz um apelo de 20 milhões de francos suíços aos doadores para ampliar urgentemente sua resposta às necessidades humanitárias prementes geradas pela crise na região de Tigray, na Etiópia, enquanto a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) faz um apelo de 27 milhões de francos suíços para apoiar a Cruz Vermelha da Etiópia, o Crescente Vermelho Sudanês e o Crescente Vermelho de Djibouti para lidar com outros fatores de vulnerabilidade na região.

Em Tigray, muitas pessoas foram deslocadas e cerca de 60 mil procuraram refúgio no Sudão. As pessoas deslocadas e refugiadas na região sofrem com a falta de alimentos e serviços essenciais, como água e assistência à saúde. Alguns estabelecimentos de saúde em Tigray foram abandonados e saqueados, enquanto outros estão ficando sem suprimentos e enfrentam dificuldades para lidar com a crescente demanda. Milhares de pessoas perderam contato com seus entes queridos.

"As necessidades em Tigray são imensas. As respostas do governo precisam ser aceleradas, e as organizações humanitárias necessitam acesso com urgência para que as pessoas possam receber assistência vital antes que seja muito tarde", disse o diretor regional do CICV para a África, Patrick Youssef. "O acesso humanitário fora das grandes cidades continua sendo um desafio e há pouca visibilidade sobre a situação humanitária nas áreas rurais".

"Os recentes acontecimentos em Tigray agravaram outras vulnerabilidades existentes na Etiópia e nos vizinhos Sudão e Djibuti. Mesmo antes dos enfrentamentos, a região enfrentava problemas urgentes de insegurança alimentar, uma invasão de gafanhotos do deserto, a seca e a pandemia de Covid-19", disse o diretor regional para a África na FICV, Mohammed Mukhier.

A Cruz Vermelha da Etiópia, presente em todo o país, inclusive em Tigray, presta assistência humanitária desde o primeiro dia do enfrentamento, trabalhando em conjunto com o CICV. A Cruz Vermelha da Etiópia conta com uma grande rede de voluntários que se mantiveram ativos apesar de terem sido afetados pela crise.

O CICV trabalha em Tigray há décadas e manteve suas operações durante os enfrentamentos que começaram há cerca de três meses. A prioridade foi apoiar hospitais em Mekele, Axum, Adwa e Shire. Após algumas de suas missões de assistência iniciais, que incluíram enviar o primeiro comboio humanitário para Mekele e ajudar cerca de 11,3 mil famílias a restabelecer o contato, o CICV faz um apelo dos fundos necessários aos doadores para reforçar sua capacidade operacional. Está ampliando sua presença em Mekele e reabrirá um escritório em Shire.

Além de aumentar sua presença em Tigray, o CICV continuará lidando com a alarmante situação humanitária em Benishangul-Gumuz, Oromia e Guji, onde os episódios de violência armada são recorrentes.

O Crescente Vermelho Sudanês distribui alimentos e utensílios domésticos, e fornece serviços básicos de saúde para os refugiados e as comunidades que os acolhem. A FICV liberou fundos de emergência para permitir que o Crescente Vermelho Sudanês assista 40 mil pessoas. O Crescente Vermelho de Djibouti continua presente no campo de refugiados de Hol Hol e Obock, onde fornece serviços de água e saneamento, e trabalha para promover a higiene e aumentar a conscientização sobre a Covid-19.

A FICV faz um apelo de fundos para permitir que a Cruz Vermelha da Etiópia, o Crescente Vermelho Sudanês e o Crescente Vermelho de Djibouti forneçam assistência humanitária e apoio de recuperação a 660 mil pessoas.

O Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho é a maior rede humanitária do mundo. É composto pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) e as Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

Ação do CICV:

  • A cidade de Mekele enfrenta dificuldades devido à falta de água nos últimos meses e o CICV fornece água para 3,7 mil pessoas por dia, mediante do transporte de água e a instalação de tanques de armazenamento.
  • Prestou assistência médica a 4,5 mil pessoas feridas por armas e a 10,9 mil pacientes de cuidados de saúde primários. Foram 648 as pessoas feridas por armas que receberam serviços de reabilitação física.
  • A organização distribuiu 35 toneladas de alimentos recebidos do Ministério da Saúde e da organização Catholic Relief Services em quatro hospitais em Tigray.
  • Cerca de 9,5 mil pessoas deslocadas em Mekele receberam utensílios domésticos básicos.
  • Por meio da Cruz Vermelha da Etiópia, do Crescente Vermelho Sudanês e dos serviços do CICV no Sudão e na Etiópia, 11,3 mil famílias restabeleceram o contato.

Ação da FICV:

  • Em novembro, a FICV liberou fundos para a Cruz Vermelha da Etiópia, com o objetivo de atingir 7,5 mil pessoas afetadas em Amhara e melhorar seu acesso à saúde, água e saneamento, abrigo e apoio aos meios de subsistência por quatro meses.
  • A FICV também liberou fundos de emergência para o Crescente Vermelho Sudanês, com o objetivo de fornecer serviços de emergência a 40 mil refugiados etíopes no Sudão. O Crescente Vermelho Sudanês trabalha nos centros de Hamdayit e Al Lukdi, bem como no assentamento Um-Rakoba para fornecer abrigo, utensílios domésticos, serviços de saúde, água e saneamento, e para realizar atividades de proteção e inclusão de gênero.
  • Nos três países, a FICV continuou fornecendo apoio às Sociedades Nacionais para mitigar o impacto da Covid-19.

Para obter mais informações:

CICV:
Alyona Synenko, porta-voz, +254 716 987 265, asynenko@icrc.org
Anne Kilimo, porta-voz, +251 944 101 700, akilimo@icrc.org
FICV:
Euloge Ishimwe, porta-voz, +254 731 688 613, euloge.ishimwe@ifrc.org
Rita Nyaga, porta-voz, +254 110 837 154, rita.nyaga@ifrc.org