Artigo

'Reframed': retratos de dignidade e resiliência no Sudão

No Sudão, viver em meio às consequências do conflito armado e de outras situações de violência já é algo rotineiro há décadas, o que fez com que esse sofrimento praticamente caísse no esquecimento para o resto do mundo.

Isso não significa que a população do país esteja acostumada com a situação ou tenha deixado de atravessar momentos complexos que afetam seu dia a dia em meio a diversas consequências humanitárias, como o deslocamento interno, a violência sexual, a separação familiar, a deficiência e um dos casos mais graves de insegurança alimentar no mundo, além da escassez hídrica e da baixa produção agrícola.

Além disso, o Sudão abriga milhões de refugiados de países vizinhos, o que acrescenta mais uma camada de pressão à situação já desafiadora do país.

"Reframed" é uma exposição fotográfica com 35 imagens de pessoas que moram em áreas afetadas pelo conflito armado e por outras situações de violência, na qual elas são retratadas não meramente como vítimas, e sim pelo que são em sua essência: seres humanos dignos que têm lugar na sociedade. Aqui, apresentamos dez dessas fotografias.

Queremos agradecer às pessoas que nos deram autorização para mostrar seu rosto e as maneiras em que buscam ter uma vida melhor. 

Ahmed Ali / CICV

No Sudão, o deslocamento interno é um lembrete constante das consequências humanitárias do conflito armado. Neste campo, localizado em Zalingei, no estado de Darfur Central, as pessoas tentam seguir a vida e deixar para trás todo o sofrimento que vivenciaram. </h2>

Ahmed Ali / CICV

Não saber o que aconteceu com seus entes queridos é uma angústia diária para aqueles que perderam o contato com sua família devido à violência. Uma ligação telefônica pode mudar tudo. Refugiada do Sudão do Sul no Estado do Norte, Sudão.</h2>

Ahmed Ali / CICV

Apesar de ter perdido os braços por ter brincado com um artefato explosivo quando tinha sete anos de idade, este homem nunca perdeu seu sorriso. Ele trabalha vendendo água na estação pública em Damazin, no estado do Nilo Azul. Ele sonha em ter seu próprio empreendimento algum dia.</h2>

Abdelrahim Mohammed para o CICV

A primeira coisa que esta mulher faz ao acordar é pensar em seu filho mais velho, que ficou separado dela em meio ao conflito armado na Etiópia.

Ahmed Ali / CICV

O que você faria se um dia tivesse que abandonar a força o seu lar e a sua família? Em 2022, milhares de cidadãos sudaneses foram deslocados devido ao aumento da violência no país.

Ahmed Ali / CICV

Estes homens perderam a capacidade de andar, mas não a força de vontade para superar seus desafios. Cartum.

Ahmed Ali / CICV

Depois de ter sido deslocado, este jovem abriu um empreendimento de costura para apoiar sua família no campo Hamidiya em Zalingei, Darfur Central.

Ahmed Ali / CICV

Três mulheres que moram no campo Hamidiya para pessoas deslocadas em Zalingei, Darfur Central, discutem em brincadeira sobre qual delas é a mais velha. “A vida é curta”, diz a do meio.

Ahmed Ali / CICV

Da torneira, jorra vida. É isso que a água representa para pessoas que precisam percorrer longas distâncias para chegar a um lugar seguro.

Ahmed Ali / CICV

Apesar das dificuldades que teve que enfrentar depois de ter sido deslocada com sua família, esta mulher celebra a vida decorando seus pés com hena. Ela espera que suas condições de vida melhorem algum dia</h2>