Voluntárias da Cruz Vermelha contam sua experiência na mostra “A falta que você faz”

14 junho 2017
Voluntárias da Cruz Vermelha contam sua experiência na mostra “A falta que você faz”
Monique Cancelli, voluntária da Cruz Vermelha Brasileira – Brasília e monitora da mostra: “A gente realmente percebe o quanto o assunto quase não é falado e o quanto a dor dessas pessoas é diminuída”. Foto: Philipe Moreira/CICV

A Exposição "A falta que você faz" que encerrou no domingo (11/6), no Museu Nacional, em Brasília, apresentou para milhares pessoas de todas as idades a dura realidade e as incertezas geradas pelo desaparecimento de um ente querido. Por meio dos retratos da fotojornalista brasileira Marizilda Cruppe, o público teve contato com o lado menos aparente – mas nem por isso menos impactante - da questão do desaparecimento no país: a dor da perda sentida por aqueles que ficam.

Mas o fim do período de exposição em Brasília não representou o fim da reflexão sobre o tema. Monique Cancelli, voluntária da Cruz Vermelha Brasileira – filial Brasília (CVBB) e monitora da mostra, afirma ter mudado sua percepção sobre o desaparecimento após entrar em contato com as histórias apresentadas. "É uma realidade de espera eterna que nunca passa pela cabeça da gente. Quase nunca paramos para pensar nisso e nem em como as pessoas que vivem esta realidade se sentem. Para mim foi muito importante, desenvolvi empatia por essas famílias e pela dor delas", disse Monique.

As reflexões geradas no público foram o ponto que outra voluntária e monitora da mostra, Daniella Castro, ressaltou. "A exposição retratou um trabalho muito importante pela dimensão do assunto. Os visitantes se comoveram bastante com as histórias e muitos saíram daqui não com pena das famílias, mas refletindo sobre o assunto", afirmou.

"A falta que você faz" atraiu milhares de visitantes no Museu Nacional, em Brasília. A exposição, produzida pelo CICV, teve o apoio da Cruz Vermelha Brasileira – Brasília, que ofereceu seus voluntários para atuarem como monitores e explicar ao público o problema das pessoas desaparecidas e suas consequências humanitárias. Foto: Philipe Moreira/CICV

A força e relevância do tema já seriam suficientes para gerar tal reflexão, mas a empolgação e dedicação dos voluntários participantes ajudou a reforçar o impacto da mostra "A falta que você faz" junto ao público. Segundo a vice-presidente da CVBB, Carolina Mota, o interesse dos voluntários-monitores mereceu destaque. "Percebi o envolvimento dos voluntários de uma forma especial. Vi a satisfação deles em poder ajudar de alguma forma", afirmou.

A exposição "A falta que você faz" foi produzida pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e contou com o apoio da CVBB, que trouxe os seus voluntários para participar do evento como monitores. Os monitores acompanhavam os visitantes e respondiam questões relacionadas à complexa problemática das pessoas desaparecidas e suas consequências humanitárias, além de explicar o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho aos interessados. Essa não foi a primeira parceria entra as duas instituições: em eventos passados, CICV e CVBB já haviam trabalhado nos mesmos moldes, sempre com o foco na divulgação e sensibilização de importantes temas humanitários atuais.