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Zimbábue: investir no fornecimento de água de Harare

31-03-2009 Reportagem

Embora os índices de infecção de cólera e de mortalidade tenham diminuído, a epidemia matou quase quatro mil pessoas e estima-se que mais de 90 mil pessoas tenham sido afetadas desde agosto passado. O CICV ajuda a melhorar o acesso à água limpa e, com o tempo, evitar a doença.

     

© REUTERS/Philimon Bulawayo 
   
Uma mulher busca água em Budiriro, subúrbio de Harare. 
       
A qualidade e a quantidade de água fornecida para o Zimbábue têm sido reduzidas nos últimos anos devido à difícil situação econômica e a outros desafios enfrentados pelo país. A falta de peças de reposição, ferramentas, equipamentos e conhecimento técnico para realizar a manutenção deixaram a rede de fornecimento de água em péssimas condições. A falta de acesso à água potável é a principal responsável pela epidemia de cólera e continua sendo um fator crucial no controle da disseminação dessa doença.
 
Com esse cenário, em novembro de 2007, o CICV começa a colaborar com a autoridade nacional de água para reabilitar a usina de tratamento de água de Harare. Até pouco tempo a autoridade zimbabuana era responsável pela usina de tratamento de água de Morton Jaffray – a principal estação de bombeamento de água de Harare, localizada a 40 quilômetros – e pela administração do s sistemas de água e esgoto na nação. A câmara municipal agora assumiu a responsabilidade por essas tarefas.
 
O foco do CICV é apoiar a usina de Morton Jaffray, que fornece água para aproximadamente 2,5 milhões de habitantes de Harare e arredores. No ano passado, a organização doou bombas de água, equipamentos de teste e ferramentas essenciais. Também oferece assistência técnica e experiência na oficina de manutenção que atende a usina e o sistema central de distribuição de água.    
       
    © REUTERS/Philimon Bulawayo      
   
    Crianças tiram água de um riacho em Budiriro, subúrbio de Harare.      
         

O papel da organização é apoiar a reabilitação com material e assistência técnica. Por enquanto, a assistência está limitada ao principal ponto de tratamento de água. Ao final, a rede de distribuição pre cisara de uma revisão completa para restaurar totalmente o fornecimento de água, em termos de qualidade e quantidade, para os residentes da cidade e regiões vizinhas.

Paul-Henri Bourlon, engenheiro hídrico do CICV, diz: " A iniciativa é um grande impulso para os esforços das autoridades para a reabilitação da estação central de bombeamento de Harare " . Uma autoridade do governo concorda: " A cooperação com o CICV possibilitou que a usina funcionasse e pudesse fazer toda a diferença para centenas de famílias no futuro " .

As autoridades zimbabuanas enfrentam uma tarefa hercúlea na reabilitação da usina de Morton Jaffray. Será necessário algum tempo antes que o impacto da contribuição do CICV possa chegar às famílias.

Ao apoiar as melhorias no fornecimento de água do Zimbábue, o CICV está, entre outras coisas, ajudando a reduzir a disseminação de cólera. A organização também está combatendo a doença diretamente, com a coordenação de atividades com a Cruz Vermelha zimbabuana, a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente e as unidades de resposta emergencial para apoiar as autoridades sanitárias que assistem as pessoas afetadas em diferentes partes do país.

     
     
   
Apoio ao sistema de fornecimento de água    

    Desde 2007, o CICV entregou à autoridade zimbabuana responsável pela água seis caminhos de material, contendo:    
  • bombas essenciais dosadoras e de transferência;
  • equipamento de laboratório;
  • dutos de aço e de plástico;
  • tês, válvulas e flanges;
  • chave inglesa, porcas, parafusos e acessórios;
  • ferramentas de manutenção;
  • e 500 toneladas de areia para filtros.
    Desde o início de 2009, a organização já distribuiu três toneladas de remédios e material médico para oito policlínicas em subúrbios de Harare e para treze centros médicos em áreas rurais remotas do país. Esse apoio ao sistema de saúde inclui:    
  • uma ampla variedade de remédios essenciais;
  • injeções, suturas, luvas e material para curativos;
  • pacotes de alimentos para o pessoal de saúde (15 toneladas de milho, três toneladas de açúcar e 3 mil litros de óleo de cozinha);
  • e autorizações de transporte para o pessoal médico em Harare.