Sudão/Chade: com equipe ainda em cativeiro, CICV reduz atividades de terreno
18-11-2009 Entrevista
O CICV continua pressionando para que os sequestradores liberem os funcionários do CICV Gauthier Lefèvre e Laurent Maurice de maneira segura e incondicional. Lefèvre foi sequestrado em Darfur Ocidental, Sudão, no dia 22 de outubro e Maurice, no leste do Chade no dia 9 de novembro. OCICV reduziu por enquanto suas atividades de terreno em Darfur e no leste do Chade. O chefe de operações do CICV para o Leste da África, Daniel Duvillard, explica a situação.
Quais são as últimas notícias sobre Gauthier e Laurent?
Continuamos mantendo contato telefônico com os sequestradores de nossos dois funcionários e com as autoridades nacionais e locais. Queremos que Gauthier, Laurent e suas respectivas famílias saibam que estamos fazendo o possível para que eles possam ser liberados o quanto antes. Não discutimos esses esforços em detalhes para evitar comprometer os esforços para resolver essas crises.
O CICV está reduzindo suas atividades no terreno no Sudão e no Chade?
Sim. Imediatamente depois dos sequestros, suspendemos todos os movimentos no terreno em Darfur Ocidental e no leste de Chade até segunda ordem. Como a crise ainda continua, suspenderemos os movimentos no terreno em toda a região de Darfur e estamos adaptando nossa presença tanto aí como no leste do Chade de maneira pertinente.
O que significa essa redução para as pessoas necessitadas afetadas pelos conflitos?
Estamos lutando para assegurar que os serviços básicos continuem a chegar às pessoas necessitadas. Por serviços, me refiro aos que ninguém mais pode prestar, com o em um campo para deslocados em Gereida, sul de Darfur, e serviços que salvam vidas, com as cirurgias de emergência no Hospital Abéché, no leste do Chade. Continuamos fornecendo material de apoio para os centros locais como os centros de saúde primários e para as atividades de nossos parceiros locais nessas regiões, o Crescente Vermelho Sudanês e a Cruz Vermelha Chadiana.
Antes dos sequestros, o CICV estava trabalhando em partes rurais e remotas de Darfur e do leste do Chade, onde pouquíssimas organizações estão presentes. Proporcionávamos às pessoas acesso à água potável e as ajudávamos a se manterem através agricultura e do pastoreio. O fato de termos sido obrigados a reduzir nossas atividades no terreno significa uma redução no nível dos serviços que podemos prestar a essas pessoas. Lamentamos muito por esta situação e estamos nos esforçando para assegurar a liberação rápida e incondicional de nossa equipe para podermos retomar essas atividades o quanto antes.
Por fim, gostaríamos de ressaltar que essa redução não afetará nosso trabalho em outras partes do Chade e do Sudão.