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Geórgia/Federação Russa: CICV chega à Ossétia do Sul e amplia a operação humanitária

20-08-2008 Coletiva de imprensa

Ao retornar da visita à Geórgia e à Federação Russa, o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Jakob Kallenberger, expressou alívio pelo fato de que a organização finalmente obteve acesso à Ossétia do Sul. Ele também anunciou que uma nova base de operações foi montada em Gori para prestar assistência urgente às pessoas mais vulneráveis e que seus funcionários se preparam para atender às necessidades dos civis atingidos pelo conflito na Ossétia do Sul.

     
©ICRC/T. Gassmann 
   
 
           

Durante sua visita de três dias, o presidente Kallenberger visitou um centro para deslocados em Tblisi e outro no lado russo, em Vladikavkaz. De lá, ele foi a Moscou para se encontrar com o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov. Além de avaliar a situação humanitária, a prioridade máxima da visita foi obter acesso à Ossétia do Sul. “Depois de um período de expectativa, realizamos nosso objetivo”, afirmou o presidente. “Vamos aguardar a avaliação inicial da equipe antes de decidir até que ponto ampliaremos a operação”.

  Prioridades para a Ossétia do Sul  

Kallenberger disse que as prioridades do trabalho do CICV na Ossétia do Sul são avaliar as necessidades dos residentes e a situação dos serviços médicos, restabelecer o contato entre membros de famílias que foram separadas em função do conflito e obter informação sobre pessoas cujo paradeiro permanece desconhecido.

  Conseqüências humanitárias do conflito na Geórgia  

Segundo o presidente Kallenberger, o CICV avalia que existem cerca de 80 mil pessoas deslocadas na Geórgia. Esse número inclui georgianos da Ossétia do Sul, Gori e povoados na Geórgia ocidental. O CICV pôde responder de forma rápida às necessidades dos deslocados.

“Graças a um programa eficiente, conseguimos rapidamente colocar em marcha nossa operação na Geórgia. Inicialmente, vamos prestar assistência a 25 mil pessoas durante um mês, e já prestamos ajuda a 7 mil pessoas na Geórgia, com comida e gêneros de primeira n ecessidade”, ele disse. O CICV também ajudou a restabelecer o acesso à água potável e ofereceu saneamento a um número expressivo de deslocados.

Hospitais indicam que há aproximadamente mil feridos de guerra na Geórgia. Para prestar ajuda e tratamento aos feridos, o CICV está apoiando quatro hospitais, sendo dois em Gori, um em Kutaisi e outro em Kareli.

O presidente também afirmou que o CICV obteve acesso para visitar dois pilotos russos feridos, que estavam sob custódia da Geórgia e foram liberados para voltar à Rússia junto com outros três prisioneiros de guerra russos que o CICV não visitou.

  Ossétia do Norte  

Estima-se que 8 mil pessoas fugiram da Ossétia do Sul para a Ossétia do Norte, onde permanecem em abrigos. Um movimento de volta à Ossétia do Sul está em andamento, e portanto é difícil obter números exatos. De acordo com autoridades do Ministério de Saúde da Rússia, 220 feridos de guerra foram tratados em hospitais. O CICV pôde visitar três soldados georgianos feridos em 17 de agosto, com a presença de um cirurgião do CICV.

Kallenberger disse que o CICV esteve presente quando os dois lados trocaram prisioneiros de guerra em 19 de agosto.

  Gori e seus arredores  

O presidente do CICV anunciou que a organização tem uma equipe permanente em Gori desde 20 de agosto. O objetivo do escritório em Gori é prestar assistência àqueles em necessidade na própria cidade, mas também ir a povoados atingidos nos arredores e entre Gori e a Ossétia do Sul, que foram isolados pelos combates, e realizar atividades de distribuição e proteção. Kallenberger disse que Gori será uma base essencial para as operações do CICV na região.

A equipe do CICV em Gori observa um númer o crescente de pessoas nas ruas, principalmente idosos, pedindo comida e remédios. “Nossa prioridade é chegar às pessoas idosas e vulneráveis em Gori e nos arredores”, disse o presidente.

Em Gori, a equipe do CICV constatou que cinco blocos de apartamentos foram bombardeados, mas não houve uma destruição em massa. A cidade está relativamente intacta e há eletricidade e água nos lugares que o CICV visitou.

Com relação aos centros para deslocados, o presidente Kallenberger disse que ficou com uma triste impressão sobre a situação dos deslocados em Tblisi, que continuam inteiramente dependentes da assistência humanitária. Sobre sua visita ao centro de Alaguir, na Ossétia do Norte, sua impressão foi a de que as necessidades dos deslocados estão sendo atendidas pelas autoridades e que não é preciso uma assistência adicional do CICV.