Líbia: situação humanitária é angustiante em Trípoli e no oeste

  Assistência aos feridos  

Duas equipes cirúrgicas do CICV estão em Trípoli para operar pacientes e ajudar aliviar a falta de profissionais médicos.

" A partir de hoje e nos próximos dias, ambas as equipes trabalharão no Hospital Sbea, sudeste da cidade, próximo ao aeroporto internacional " , disse o chefe da delegação do CICV em Trípoli, Georges Comninos. " O combate está acontecendo nessa área nos últimos dias e os pacientes precisam de assistência urgente " .

" O Hospital Abu Salim, um dos principais hospitais traumatológicos, parou de funcionar devido à falta de funcionários. Dezenas de pessoas foram abandonadas lá para morrer " , disse Comninos. No dia 26 de agosto, o CICV transferiu 17 feridos sobreviventes – incluindo uma criança – do Hospital Abu Salim para o Centro Médico de Trípoli, de modo que possam receber assistência urgente.

" Estamos impressionados com o que aconteceu no Hospital Abu Salim " , disse Comninos. " As partes em conflito devem proteger os feridos e assegurar que tenham acesso à assistência à saúde. Se um estabelecimento médico estiver localizado em uma área intensamente afetada pelo conflito, os feridos precisam ser levados rapidamente para um lugar mais seguro para receber tratamento urgente " .

Mais suprimentos médicos, incluindo kits cirúrgicos, curativos para feridas e fluidos intravenosos, chegaram de navio e em um comboio por terra a Trípoli durante o fim de semana. A equipe do CICV está entregando suprimentos adicionais – suficientes para tratar entre 450 e 500 pessoas – nos principais hospitais e clínicas locais.

  Visita aos detidos  

O CICV está os esforços para obter acesso aos detidos em Trípoli. A organização visitou 135 detidos na capital, incluindo cidadãos estrangeiros, na maioria na África Subsaariana, nos dias 28 e 29 de agosto.

" Um diálogo construtivo está sendo desenvolvido com as autoridades detentoras, que autorizaram que o CICV visitasse vários centros de detenção improvisados na capital. Desta forma, esperamos visitar mais detidos nos próximos dias " , disse Comninos. As visitas têm como finalidade avaliar as condições nas quais os detidos estão sendo mantidos – incluindo no que se refere ao acesso à assistência à saúde – e o tratamento que recebem, e para dar-lhes a oportunidade de intercambiar mensagens com suas famílias.

O CICV também está visitando pessoas detidas em conexão com o conflito armado em vários outros pontos no país. Em Misrata e Zlitan, a organização visitou mais de 300 novos detidos nos últimos dias.

  Falta de água  

A falta de água em Trípoli e na parte oeste da Líbia, de Misrata à fronteira com a Tunísia e nas montanhas de Nefusa, torna cada vez mais difícil que as pessoas obtenham a água potável que necessitam. Se essa situação continuar, será um problema de saúde pública. No momento, a escassez atinge até mesmo as garrafas de água nos mercados.

O principal reservatório de água na região, em Gharyan, está vazio. O CICV está em contato com as autoridades para providenciar o apoio essencial para os esforços de restabelecer o fornecimento normal de água.

  Tratamento digno aos mortos  

Os corpos das pessoas mortas deve m ser tratados com dignidade. O CICV está tomando medidas no terreno para assegurar que os restos mortais sejam manuseados de forma adequada, identificados e devolvidos a seus familiares o quanto antes. A organização também está distribuindo sacos mortuários e outros artigos para as pessoas encarregadas de recolhê-los.

Em Trípoli e em outros lugares, o treinamento de voluntários do Crescente Vermelho Líbio em gestão de cadáveres começou. Essas atividades são realizadas em cooperação com autoridades locais e religiosas.

  Presença do CICV na Líbia  

O CICV agora conta com 66 funcionários, incluindo 26 internacionais, baseados em Trípoli, onde vem trabalhando desde abril. Também conta com escritórios permanentes em Benghazi e Misrata, e em Jadu, nas montanhas de Nefusa.

  Mais informações:  

  Robin Waudo, CICV Trípoli, tel: +881 622 435 156 ou +218 913 066 198  

  Dibeh Fakhr, CICV Benghazi, tel: +870 772 390 124 ou +218 923 304 560  

  Marie-Servane Desjonquères, CICV Genebra, tel: +41 22 730 31 60 ou +41 79 536 92 58