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CICV promove intercâmbio de experiências em primeiros socorros em situações de violência na América Latina

José Victoriano Mendez, voluntário da Cruz Vermelha venezuelana, veio a Brasília para um intercâmbio de experiências sobre primeiros socorros com o conhecimento acumulado a partir de seu trabalho como Coordenador de Operações em Caracas. Após três dias de atividades e exercícios com membros de outras Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha da região, ele tem certeza que voltará ao seu país com muitas ideias para fortalecer o seu trabalho e o de sua equipe.

"Nós somos parte de um Movimento muito grande e que compartilha não somente o que está escrito no papel, mas problemas e situações de dificuldades, e também as mesmas alegrias, quando vemos que o trabalho que realizamos apresenta resultados", disse o voluntário.

Participaram do evento voluntários e funcionários das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, El Salvador e Panamá, além da Noruega, em conjunto com funcionários do CICV. CC BY-NC-ND/CICV/Bruno Radicchi

José Victoriano é um dos 13 participantes do III Encontro Regional sobre Primeiros Socorros em Situações de Violência, promovido pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na sede da Delegação Regional para Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, em Brasília. Entre os dias 28 e 30 de outubro, voluntários e funcionários das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, El Salvador e Panamá, além da Noruega, em conjunto com funcionários do CICV, compartilharam suas experiências e identificaram boas práticas aplicáveis e adaptáveis a seus contextos.

O gestor de formação em Primeiros Socorros da Cruz Vermelha Brasileira, da Filial do Rio de Janeiro, Israel Habib, observa que o encontro oferece a oportunidade de aprender com experiências de outros contextos de violência. "A Cruz Vermelha Chilena tem uma grande experiência em manifestações, não apenas em primeiros socorros, mas também em diálogos com os serviços de emergência e com o Estado", diz. "O que aprendi será usado em nossa equipe de intervenção em eventos massivos, ou seja, estou usando o que eles dizem para escrever nossa estratégia para 2016".

O encontro para intercâmbio de experiências sobre Primeiros Socorros em contextos de violência foi realizado entre os dias 28 e 30 de outubro. CC BY-NC-ND/CICV/Bruno Radicchi

Se por um lado Habib aproveita a experiência chilena para melhorar a atuação da filial da Cruz Vermelha Brasileira, ele também inspira outros participantes com sua experiência em comunidades do Rio de Janeiro. "Me impressiona o trabalho que é feito no Brasil, com as favelas, que é algo muito similar com o que nós trabalhamos em áreas da Colômbia", disse a Coordenadora em Linha de Saúde da Cruz Vermelha Colombiana em associação com o CICV. "A realidade do Rio de Janeiro se parece muito com a nossa em Caracas e podemos replicar algumas experiências porque o contexto é muito similar", completa José Victoriano.

Para o chefe adjunto da Delegação Regional do CICV para Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, José Antonio Delgado, os encontros regionais sobre este tema evoluíram a cada edição. "Ao compartilhar experiências, há um crescimento de todos, e isso é um pouco do que se busca: melhorar a qualidade da prestação de serviços e que o serviço sempre se realize de uma maneira mais segura", afirma.

O coordenador de Primeiros Socorros do CICV, Eric Bernes, relembra que esta ação conjunta com o ideal de criação do CICV, busca ajudar as vítimas de violência coletiva. "Uma atividade como esta está muito próxima do nosso mandato inicial e hoje é cada vez mais necessário porque, infelizmente, existem muitas situações de violência que temos que enfrentar, tanto nas cidades, como em disputas de terras ou manifestações", destaca Bernes.