Cruz Vermelha intensifica apoio a migrantes venezuelanos, incluindo refugiados, em 17 países das Américas

Cruz Vermelha intensifica apoio a migrantes venezuelanos, incluindo refugiados, em 17 países das Américas

Cidade do Panamá/Ottawa/Genebra, 15 de junho de 2021 – Em resposta às necessidades não atendidas dos migrantes venezuelanos, incluindo refugiados, que vivem na América Latina e no Caribe, o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho está redobrando esforços para fornecer proteção e assistência aos venezuelanos e às comunidades que os acolhem em 17 países do continente americano durante 36 meses.

Os novos programas de migração – que totalizam 236 milhões de francos suíços (US$ 264 milhões) – vão atender às necessidades de curto, médio e longo prazos e apoiar os migrantes venezuelanos vulneráveis, incluindo refugiados, para que tenham acesso a assistência à saúde, apoio psicossocial, oportunidades de renda, serviços de proteção e fomento da inclusão social nas comunidades de acolhimento.

Desde 2018, mais de 5 milhões de venezuelanos abandonaram seu país. Muitos deles continuam sem satisfazer suas necessidades básicas. A atual pandemia e os confinamentos e fechamentos de fronteiras relacionados à Covid-19 deterioraram ainda mais a situação já precária de muitos migrantes, incluindo refugiados, que perderam oportunidades de renda, enfrentaram um aumento da discriminação e encontraram inúmeros obstáculos que impediram seu acesso a serviços básicos e proteção.

O presidente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV), Francesco Rocca, afirmou:

"Hoje, as necessidades básicas das pessoas refugiadas e migrantes vulneráveis da Venezuela continuam insatisfeitas. Muitas delas ainda não têm acesso a alimentos, água e saneamento, moradia nem primeiros socorros. Além disso, agora enfrentam desafios significativos no acesso à saúde, incluindo às vacinas contra a Covid-19, ao apoio psicossocial e a empregos formais ou informais.

Antes da Conferência Internacional de Doadores em Solidariedade com Refugiados e Migrantes Venezuelanos, que acontecerá no final desta semana, pedimos que governos, doadores, organizações internacionais e sociedade civil intensifiquem os esforços para garantir que nenhum refugiado ou migrante seja deixado para trás. É preciso agir agora."

A situação é particularmente grave para grupos vulneráveis, como migrantes, incluindo refugiados, sem uma situação regular reconhecida, para aqueles que transitam por regiões afetadas por conflitos armados ou que estão detidos pela imigração, bem como para mulheres, crianças, idosos, para a comunidade LGBTIQ e para pessoas com deficiência, expostas à violência, a barreiras sociais e culturais, à exclusão econômica e à xenofobia.

Em resposta ao enorme movimento populacional de venezuelanos nas fronteiras, mais de 6.900 voluntários e funcionários da Cruz Vermelha foram mobilizados no continente desde 2017 e continuarão trabalhando em coordenação com as partes interessadas locais, nacionais e internacionais, assim como com os próprios refugiados e migrantes, para garantir que todos estejam seguros e sejam tratados com dignidade.

O presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Peter Maurer, disse:

"Ninguém deve ficar desprotegido e sozinho quando precisar de ajuda. As políticas de migração devem sempre se guiar pela humanidade e pela dignidade, de acordo com as obrigações internacionais.

Um número incontável de pessoas desaparece ao longo do caminho migratório, o que cria uma enorme angústia para as famílias que ficam à espera de respostas. Os Estados devem tomar todas as medidas viáveis para evitar a separação de familiares e o risco de que as pessoas migrantes desapareçam ou morram. E, por fim, a detenção não é uma solução para os desafios da migração. A detenção por motivos relacionados à imigração é um último recurso. Crianças nunca devem ser detidas."

Os programas migratórios do continente americano ainda precisam de financiamento e também abordarão a sustentabilidade ambiental e a adaptação e mitigação da mudança climática, pois a crise climática na região também pode afetar as pessoas migrantes.

O êxodo de migrantes, incluindo refugiados, da Venezuela continua sendo o maior movimento populacional da história recente da América Latina e é um dos maiores deslocamentos do mundo.

Os 17 países incluídos na resposta da Cruz Vermelha são: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Curaçau, República Dominicana, Equador, Guiana, México, Panamá, Paraguai, Peru, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.

Mais informações:

FICV

Susana Arroyo Barrantes, + 506 8416 1771, susana.arroyo@ifrc.org

Nathalie Perroud, +41 79 538 14 71, nathalie.perroud@ifrc.org

Tommaso Della Longa, +41 79 708 43 67, tommaso.dellalonga@ifrc.org

CICV

Jason Straziuso +41 79 949 3512, jstraziuso@icrc.org